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Luís Almagro diz que deixaria o cargo na OEA em troca pela liberdade da Venezuela

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O secretário-geral da Organização de Estados Americanos (OEA), Luís Almagro, afirmou hoje que deixará o cargo se isso significar a liberdade da Venezuela.

“Ofereço o meu cargo a câmbio da liberdade da Venezuela, porque nunca vamos renunciar, jamais renunciaremos até ter nas nossas mãos a liberdade da Venezuela”, disse numa mensagem gravada em vídeo a que Agência Lusa teve acesso.

Luís Almagro respondia ao Presidente venezuelano Nicolás Maduro, que quinta-feira disse que suspenderia o processo de saída da OEA se o secretário-geral daquele organismo renunciasse ao cargo.

“Recebi publicamente uma proposta de negociação, a minha renúncia a câmbio do regresso da Venezuela à OEA. Eis a minha resposta: renunciarei quando se realizem eleições nacionais, livres e transparentes, com observação internacional e sem inabilitados (impedidos juridicamente), quando se libertem todos os presos políticos listados pelo Foro Penal Venezuela e se amnistie os exilados”, afirmou Luís Almagro.

O secretário prossegue explicando que também “quando se reconheçerem os plenos poderes da Assembleia Nacional, quando for aberto um canal humanitário para alimentos e medicamentos e quando se julgue todos os assassinos de cada um dos manifestantes, assim como a sua cadeia de mando”.

“Também quando houver um Supremo Tribunal de Justiça e um Conselho Nacional Eleitoral independentes e que se detenha o processo inconstitucional de uma Assembleia Constituinte. Lamentavelmente, são muitas as coisas necessárias para a liberdade da Venezuela”, explica.

No vídeo explica que “na OEA não há silêncio cúmplice, 20 países instaram o regime a deter a violência” e “muitos deles o denunciaram com a sua própria voz, no (último) plenário da Assembleia Geral”.

Quinta-feira, durante um conferência de imprensa no palácio presidencial de Miraflores, em Caracas, o Presidente Nicolás Maduro, frisou que Caracas derrotou as propostas do secretário-geral da OEA, em 15 oportunidades.

“Luís Almagro deveria renunciar à OEA e permitir que os países se ocupem de recuperar e reorganizar a organização. Que renuncie e a Venezuela poderia pensar em retornar à OEA para um plano de reestruturação, reorganização, que respeite a soberania dos povos”, disse.

Em abril de 2017 a Venezuela anunciou que deixaria a OEA, um processo que deverá concluir oficialmente em finais de 2019.