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Governo de unidade palestiniano deve reconhecer Israel e desarmar Hamas

Hamas rejeita “ingerência flagrante” dos Estados Unidos

Foto REUTERS/Ibraheem Abu Mustafa
Foto REUTERS/Ibraheem Abu Mustafa

O Governo dos Estados Unidos exigiu hoje que um eventual governo de unidade palestiniano, que o Fatah e o Hamas possam formar, reconheça Israel, se comprometa com a paz e desarme o Hamas.

“Os Estados Unidos reiteram a importância de uma adesão aos princípios do Quarteto (do Médio Oriente): todos os governos palestinianos devem, sem ambiguidade e de forma explícita, comprometer-se com a não-violência, reconhecer o Estado de Israel, aceitar os acordos e obrigações entre as partes - incluindo o desarmamento de terroristas - e comprometer-se com negociações pacíficas”, disse num comunicado Jason Greenblatt, emissário do Presidente Donald Trump para o Médio Oriente.

Os Estados Unidos, tal como a União Europeia e Israel, consideram o movimento islâmico palestiniano Hamas uma organização terrorista.

“O Hamas deve aceitar as condições fundamentais se for chamado a ocupar um papel no governo palestiniano”, acrescentou Greenblatt, num comunicado publicado pela embaixada dos Estados Unidos em Israel.

Esta é a primeira reação do Governo norte-americano após a conclusão de um acordo de reconciliação entre o Fatah e o Hamas, os dois principais partidos palestinianos.

O movimento islâmico palestiniano rejeitou hoje o que classificou de “ingerência flagrante” dos Estados Unidos, ao definirem condições para lidar com um possível governo de unidade palestiniano, acusando a administração Trump de alinhar posições com Israel. “Esta é uma interferência flagrante nos assuntos palestinos, o nosso povo tem o direito de escolher o seu próprio governo de acordo com os seus interesses estratégicos superiores”, disse à Agência France Presse Bassem Naim, alto funcionário do Hamas.

A administração de Donald Trump está “sob a pressão do governo de extrema direita (israelita) e está em linha com as declarações do primeiro-ministro israelita, Benjamim Netanyahu, há dois dias”, acrescentou.