Mundo

EUA vão dar 25 milhões de dólares para refugiados no Uganda

None

Os Estados Unidos vão dar mais 25,2 milhões de dólares (23,7 milhões de euros) ao Uganda para ajudar o país a lidar com um grande afluxo de refugiados, anunciou hoje a embaixadora norte-americana em Kampala.

O Uganda alberga mais de um milhão de refugiados, 700.000 dos quais fugiram à guerra civil que decorre no vizinho Sudão do Sul desde dezembro de 2013.

A embaixadora norte-americana, Deborah Malac, saudou hoje perante a imprensa “a política muito progressista” do Uganda em relação aos refugiados.

“Aplaudimos o facto de o Governo estar determinado a deixar a porta aberta aos refugiados”, declarou.

A ajuda desbloqueada por Washington será utilizada para melhorar o acesso a água potável e as condições sanitárias nos campos de refugiados, reduzir a violência sexual e garantir a proteção dos refugiados.

A diplomata instou os outros países da África Oriental a “aumentarem o seu apoio” ao Alto-Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) e aos países que já albergam pessoas deslocadas.

Considerando que não existe “qualquer fim à vista” para a violência no Sudão do Sul, Deborah Malac apelou para um maior envolvimento “da comunidade internacional, e não apenas dos atores habituais”.

Segundo a ONU, 52.000 refugiados sul-sudaneses entraram no Uganda já em 2017, aos quais se somam 4.000 a cada dia que passa.

Este afluxo representa um fardo considerável para o país, um dos 25 menos desenvolvidos do mundo, frisou o ministro ugandês encarregado dos Refugiados, Hilary Onek.

“Estamos preocupados com a carga que suportamos, está a tornar-se um pouco pesada para nós”, declarou.

O Uganda é considerado um dos países do mundo que melhores condições oferecem aos refugiados, garantindo-lhes liberdade de movimentos, o direito de trabalhar e um terreno onde podem instalar-se.

A presença dos refugiados começa, no entanto, a ser duramente sentida pela população, e alguns políticos adotaram um discurso muito crítico em relação a eles.

No início de fevereiro, confrontos opuseram a polícia a residentes nas imediações do campo de Nakivale, no sudoeste do Uganda, devido a uma disputa sobre a distribuição de terras aos refugiados.