O Governo quer reforçar os meios de combate aos incêndios na Madeira, segundo a proposta de Orçamento do Estado para 2018, “equacionando a utilização de meios aéreos”, uma medida já aprovada pelo executivo regional em agosto.

“O Governo, em cooperação com os órgãos de governo próprio da Região Autónoma da Madeira, reforça os meios de combate aos incêndios naquela região autónoma, equacionando, designadamente, a utilização de meios aéreos, e o apoio às populações afetadas, garantindo a recuperação das habitações e outros bens materiais”, refere a proposta de Lei do Orçamento do Estado para 2018 entregue na sexta-feira no parlamento.

A possibilidade de utilizar meios aéreos no combate aos fogos na Madeira tem gerado discussão nos últimos anos, devido à orografia e aos ventos registados, entre outros.

Em 10 de agosto de 2016, na sequência dos incêndios que fustigaram a região, provocando três mortos, um ferido grave, centenas de desalojados e prejuízos materiais avaliados em 157 milhões de euros, o Conselho do Governo Regional da Madeira aprovou uma resolução na qual solicitou ao Governo da República a elaboração de um estudo sobre a viabilidade do uso de meios aéreos na Madeira.

Um relatório do Ministério da Administração Interna enviado em 20 de junho ao Governo Regional concluiu que a utilização de meios aéreos no combate a incêndios em áreas florestais e urbanas na Madeira “é possível, tendo em conta as especificidades do território”.

Em 31 de agosto, o executivo madeirense aprovou a utilização dos meios aéreos no combate às chamas, que deverá ocorrer entre 15 de junho e 15 de outubro de cada ano.

O valor estimado da operação anual é de 1.200.000 euros.

O relatório da Administração Interna surgiu depois da realização de testes realizados em maio deste ano, em diversos pontos da ilha, por um helicóptero ligeiro, com capacidade de transportar 800 litros de água e um avião médio com capacidade para 3.000 litros.