O secretário da Economia, Turismo e Cultura deu conta de que hoje já aterraram no Aeroporto da Madeira sete aviões, além do avião que faz a ligação para o Porto Santo, revelando-se uma situação diferente daquela que se registou ontem, em que não aterrou qualquer aeronave.

Eduardo Jesus afirmou que o plano de contingência para estas situações foi activado pela ANA, a responsável pela concessão do aeroporto, o que fez com que apenas 300 passageiros pernoitaram no aeroporto nas noites de sábado e domingo. “Isto porque houve uma interacção muito grande com os hotéis da Madeira para os turistas, que voltaram a acolher essas pessoas”, frisou. O governante falava no aeroporto com a comunicação social.

O governante considera que a coordenação entre os hotéis e as agências de viagens fez com que as consequências fossem menos gravosas. “Estas dificuldades colocam sempre à prova todas as pessoas envolvidas neste sector e a verdade é que encontraram soluções diferentes”, disse Eduardo Jesus, explicando que se refere à utilização do Aeroporto do Porto Santo e do Lobo Marinho. Durante o dia de ontem foram transportadas mais de 1.200 pessoas por via marítima e hoje haverá viagem extra (12h30) para colmatar essas necessidades. Algumas companhias aéreas, como a Transavia, já recorreram a essa alternativa.

Eduardo Jesus quis deixar um reconhecimento público aos hotéis, ANA, Porto Santo Line e agências de viagens da Madeira pelo trabalho que têm vindo a desenvolver. O secretário frisou que as operações aéreas estão a ser afectadas apenas pelo vento muito forte, afastando falsas causas que, segundo ele, estão a ser veiculas pela imprensa internacional. Neste caso, falam-se de questões como fortes chuvas e aluviões, algo que já se passou há alguns anos.

“Nenhum aeroporto do Mundo tem capacidade para acolher a inoperacionalidade de um ou dois dias da infraestrutura. Nenhum está preparado para isso”, afirmou Eduardo Jesus, quando questionado sobre as condições do aeroporto para acolher as pessoas que ficam retidas. O secretário acrescentou que é necessário que todos os intervenientes estejam disponíveis para colaborar e contribuir para minimizar o impacto.

Eduardo Jesus diz que a ANA reforçou a alimentação no aeroporto, bem como adquiriu mantas, colchões e outros equipamentos para melhor acolher os passageiros. “É por isso que ampliamos a reflexão sobre estas questões, fazendo valer, por exemplo, o transporte marítimo”, disse. O governante reforçou que as unidades hoteleiras conseguiram acolher milhares de pessoas, até porque, com cerca de 15 mil afectados, apenas 300 passageiros pernoitaram no aeroporto.

No que diz respeito a novos estudos sobre os limites de vento para aterragem, Eduardo Jesus diz que a secretaria tem potenciado esses estudos. “A infraestrutura é bastante maior que há alguns anos, as aeronaves têm outras características e, além disso, os pilotos têm outra formação que antes de 1976”, assumiu. O governante diz que há aeronaves que não aterram dentro de certos limites, algo que poderia acontecer caso houvesse maior abertura. No entanto, ressalvou que, nos últimos dois dias, os ventos sopraram muito além dos limites fixados.

A normalidade deverá ser reposta entre terça e quarta-feira, destacou.