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Governo remete decisão de alargar requisição civil para final do dia

FOTO Lusa
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O ministro do Ambiente disse hoje que a decisão de alargar a requisição civil será tomada ao final do dia, indicando que a situação “mais preocupante” de incumprimento se regista em Aveiras de Cima, no distrito de Lisboa.

“A avaliação dos serviços mínimos não se faz de hora a hora”, afirmou o governante João Matos Fernandes, remetendo para o final do dia a decisão de alargar o âmbito da requisição civil, com a expectativa que a situação de falta de produtividade na Companhia Logística de Combustíveis (CLC), em Aveiras de Cima, “ainda” se venha a resolver.

Sem fazer “futurologia” do tempo que vai durar a paralisação dos motoristas, o ministro do Ambiente e da Transição Energética apelou para que os sindicatos e os trabalhadores “depressa encontrem forma desta greve acabar”.

Numa conferência de imprensa para fazer o ponto de situação sobre a crise energética, em Lisboa, o governante considerou “profundamente lamentável que pessoas que estão à frente de organizações colectivas façam apelos a que não se cumpram ordens, cujo incumprimento é de facto crime”, referindo-se às declarações do porta-voz do Sindicato Nacional dos Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP), Pedro Pardal Henriques.

Lembrando que os motoristas que incumprirem os serviços decretados na requisição civil estão a incorrer num crime de desobediência, João Matos Fernandes disse que as autoridades estão a notificar essas pessoas, estando identificados 14 motoristas até terça-feira, a que se juntam hoje seis trabalhadores que não asseguraram o transporte de combustível para o aeroporto de Faro.

À segunda notificação pelas autoridades, estes 20 motoristas identificados por incumprimento estão a cometer um crime de desobediência.

Sobre a fraude nas baixas médicas dos motoristas, o ministro assegurou que estão a ser investigadas, “o que não se faz em horas”.

Os motoristas de matérias perigosas e de mercadorias cumprem hoje o terceiro dia de uma greve por tempo indeterminado, que levou o Governo a decretar uma requisição civil na segunda-feira à tarde, alegando incumprimento dos serviços mínimos.

Na terça-feira, o ministro do Ambiente e da Transição Energética, João Pedro Matos Fernandes, disse que 14 trabalhadores não cumpriram a requisição civil decretada pelo Governo.

Hoje de manhã, o porta-voz do sindicato dos motoristas de matérias perigosas disse que os trabalhadores não vão cumprir serviços mínimos nem a requisição civil, em solidariedade para com os colegas que foram notificados por não terem trabalhado na terça-feira.

A greve que começou na segunda-feira, por tempo indeterminado, foi convocada pelo Sindicato Nacional dos Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP) e pelo Sindicato Independente dos Motoristas de Mercadorias (SIMM), com o objectivo de reivindicar junto da Associação Nacional de Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias (Antram) o cumprimento do acordo assinado em maio, que prevê uma progressão salarial.