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Fogo em Lisboa atingiu edificações ocupadas para habitação e provocou cinco feridos

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O incêndio que lavrou hoje numa zona de mato na cidade de Lisboa atingiu edificações ocupadas por oficinas e por famílias que viviam “sem condições de habitabilidade”, e provocou cinco feridos ligeiros, avançou o Regimento de Sapadores Bombeiros (RSB).

“O incêndio já está extinto, mas persistem pequenos focos dentro das edificações”, disse o comandante do RSB de Lisboa, Tiago Lopes, pelas 16 horas, explicando que os espaços onde funcionavam oficinas eram também usados como habitação.

O fogo, entre as freguesias da Penha de França e São Vicente, provocou cinco vítimas ligeiras, por inalação de fumo, das quais quatro civis e um bombeiro, que foram assistidos no local, referiu Tiago Lopes.

O comandante do RSB de Lisboa confirmou que foram evacuadas as edificações onde funcionavam as oficinas e onde habitavam famílias, acrescentando que a evacuação da escola básica Rosa Lobato Faria aconteceu de forma diferente, uma vez que foram os pais que, voluntariamente, decidiram ir buscar os filhos.

Para já, não há informação das causas do incêndio, informou o responsável dos bombeiros, adiantando que, nos próximos dias, as autoridades locais vão ter de encontrar uma solução para as famílias desalojadas, não existindo ainda uma contabilização das pessoas afectadas.

A habitar numa das oficinas desactivadas, que foram hoje atingidas pelo fogo, Graça Maria manifestou-se “desesperada” com a situação e por não conseguir ver como ficou a casa, contando que foi para lá viver, com os seus quatro cães, após ter ficado desempregada.

Devido ao incêndio, os animais de Garça Maria foram retirados por uma equipa do grupo de Intervenção e Resgate Animal (IRA).

Segundo os dados da página da internet da Autoridade Nacional de Emergência e Protecção Civil (ANEPC), o alerta foi dado pelas 12:00 e, passadas cerca de três horas e meia, foi dado como dominado, encontrando-se ainda no local, perto das 16:00, 134 operacionais, 40 meios terrestres e um meio aéreo.

Contactada pela agência Lusa, a presidente da Junta de Freguesia de São Vicente, onde os Sapadores Bombeiros de Lisboa assinalaram o foco inicial do incêndio, assegurou que “não se trata agora de saber que territórios arderam, mas sim salvaguardar pessoas e bens”.

“Vi labaredas que assustavam um santo. Tive um receio brutal com a bomba de gasolina que há na freguesia. O vento mudou de direcção por duas vezes e o fogo chegou ao Vale da Eira. Descansei quando soube que tinha sido evacuada a escola básica Rosa Lobato Faria”, explicou Natalina Moura.

Natalina Moura rejeita que a autarquia não tenha feito a limpeza dos espaços com mato na freguesia: “Ainda na semana passada tínhamos mandado limpar tudo o que era da nossa responsabilidade e o que por lei se pode fazer, já que, devido ao grau de inclinação dos terrenos, há zonas que não se conseguem limpar”, referiu.

A autarca de São Vicente avançou que o incêndio teve origem perto de um supermercado na Penha de França quando “alguém se lembrou de fazer uma pequena fogueira e rapidamente se transformou num inferno”.