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Supremo tailandês confirma pena de morte de birmaneses por homicídio de casal britânico

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O Supremo Tribunal da Tailândia confirmou ontem as sentenças de morte de dois imigrantes birmaneses acusados do homicídio de um casal de turistas britânico, numa turística ilha do sul da Tailândia em 2014.

“O tribunal confirma os vereditos proferidos em primeira instância e no recurso”, declarou o juiz, citado por agências internacionais.

Em 14 de dezembro de 2015, Zaw Lin e Win Zaw Tun foram condenados, em primeira instância, por violarem e matarem Hannah Witheridge, de 23 anos, e David Miller, de 24, cujos corpos foram encontrados numa praia na ilha tailandesa de Koh Tao, em setembro de 2014.

Advogados e associações de defesa dos direitos humanos acusam a polícia de falhas na investigação e de terem usado os birmaneses como bodes expiatórios, acusações que as autoridades tailandesas sempre negaram.

Os dois réus inicialmente confessaram o crime, mas recuaram e alegaram que foram torturados pela polícia.

“Respeito a decisão do Supremo Tribunal. No entanto, tendo revisto as provas apresentadas durante o processo, acredito que a culpa e a pena de morte devem ser revertidas”, disse nas redes sociais o ativista Andy Hall, assistente da defesa.

A defesa defende que as provas apresentadas pelas autoridades não são fiáveis e não devem ser aceites à luz das normas internacionais.

Embora a polícia alegue que as provas de ADN incriminam os birmaneses, a defesa diz que não foi capaz de proceder a uma verificação independente das análises e que os seus clientes foram injustamente acusados, sem provas conclusivas ou testemunhas.

Para evitar a pena de morte, os birmaneses terão pedir um perdão real e esperar que este seja concedido e revertido em prisão perpétua.

A ilha de Koh Tao, que nas décadas de 1930 e 1940 abrigava uma cadeia para presos políticos, é um dos destinos mais populares na Tailândia.