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Maduro responsabiliza oposição pelas sanções e diz estar preparado para qualquer ataque

Foto REUTERS/Manaure Quintero
Foto REUTERS/Manaure Quintero

O Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, acusou sábado a oposição de conspirar com Washington na imposição de sanções contra o país e sublinhou que Caracas se tem preparado “militar e politicamente” para qualquer ataque.

“Não nos deixaremos humilhar por ninguém. Temos dignidade e temos vindo a preparar-nos moral, política e militarmente. A Venezuela tem um poder militar respeitável que garante a integridade territorial, a paz e a soberania nacional, em qualquer circunstância”, disse.

O Presidente da Venezuela falava para milhares de simpatizantes que se concentraram hoje em El Calvário, Caracas, nas proximidades do palácio presidencial de Miraflores, no final da marcha “Não mais Trump”, que teve como propósito condenar as sanções dos Estados Unidos e o congelamento dos ativos do Governo venezuelano em território norte-americano.

“A Venezuela não teme nenhuma ameaça imperialista, venha de onde vier”, frisou.

Por outro lado, Maduro revelou que desde fevereiro último “uma delegação da oposição manteve contatos secretos com o Governo” venezuelano.

No entanto acusou a oposição de estar por detrás das agressões económicas contra o seu país e precisou que o seu Governo está preparado “para dialogar, para chegar a acordos, mas com respeito”.

“Toda a agressão económica e esta maldade foi solicitada, apoiada abertamente, pelo bandido de Guaidó [Juan Guaidó, presidente da Assembleia Nacional) e assim o denuncio perante o mundo (...) a justiça demora, mas chegará”, disse.

Nicolás Maduro explicou que as últimas sanções obrigam o Governo venezuelano “a mudar, melhorar e renovar todos os mecanismos para garantir a alimentação ao povo, a paz e a segurança económica”.

Milhares de venezuelanos realizaram hoje a primeira jornada mundial de protesto contra o Presidente dos EUA, Donald Trump, em várias regiões do país, principalmente em Caracas, Miranda, Lara, Portuguesa, Sucre e Mérida.

Vestidos de vermelho (a cor da revolução) os venezuelanos marcharam gritando “Trump, tira as mãos da Venezuela” e exibiram cartazes com mensagens como “Não Mais Trump” e “Trump, desbloqueia a Venezuela.

Em 5 de agosto, os Estados Unidos anunciaram o congelamento de todos os ativos do Governo venezuelano, uma decisão anunciada pela Casa Branca e que traduz uma escalada das tensões com o Presidente venezuelano, Nicolás Maduro.

A proibição aos norte-americanos de efetuarem quaisquer negócios com o Governo da Venezuela também entrou em vigor imediatamente.

Segundo o ministro venezuelano das Relações Exteriores, Jorge Arreaza, a decisão de Washington “põe em risco os processos petrolíferos da Venezuela”, ao dificultar “a importação de partes e peças”, a obtenção de diluentes e o transporte internacional.

No entanto, Arreaza garantiu que a Venezuela continuará firme na construção de novos caminhos alternativos.

“Perante estes ataques já estamos preparados. Criámos caminhos alternativos porque não cederemos perante nenhuma situação”, assegurou.

Em 2017 a Venezuela tinha 31,98 milhões de habitantes.

Pelo menos quatro milhões de venezuelanos abandonaram o seu país, desde 2005, fugindo da crise política económica e social que afeta o país.