Ébola leva António Guterres a visita de três dias à República Democrática do Congo
O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, inicia hoje uma visita de três dias à República Democrática do Congo (RDCongo), num apelo para continuar os esforços na luta contra o Ébola.
António Guterres quer mostrar a sua solidariedade pessoalmente para com o Governo e povo da RDCongo, que se deparam com o décimo surto de Ébola, que já matou mais de 2.000 pessoas desde agosto do ano passado, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).
A agenda de hoje do secretário-geral da ONU inclui a cidade de Goma, uma das mais afetadas pelo Ébola, com várias reuniões de caráter humanitário e conversações sobre as atividades da Missão de paz das Nações Unidas na RDCongo, MONUSCO.
No domingo, António Guterres segue para a província de Kivu Norte, onde há um ano se identificou o primeiro caso daquele que é considerado o décimo surto de Ébola no país.
Em Kivu Norte, vai visitar um centro de tratamento e vai manter encontros com sobreviventes da doença e prestadores de cuidados de saúde.
António Guterres encontra-se com o Presidente do país, Felix Tshisekedi, na segunda-feira na capital, Kinshasa, onde será também recebido por membros do parlamento e representantes de organizações da sociedade civil.
Segundo a OMS, a RDCongo registou mais de 3.000 casos de ébola no último ano e mais de metade das pessoas afetadas pelo ébola foram mulheres, que compõem 58% das vítimas e outros 28% são menores de 18 anos.
O secretário-geral da ONU vai ser acompanhado pelo diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus e pelo diretor regional da OMS para África, Matshidiso Moeti.
Com uma população de 79 milhões, a RDCongo conta com quatro milhões de pessoas desalojadas e 13 milhões de pessoas em situação de insegurança alimentar e fome, segundo a ONU.
Segundo dados da OMS, desde janeiro, o país registou 3.117 mortes por sarampo, num total de mais de 161.300 infetados e 287 mortes por cólera, de 15.300 casos.
A doença mais mortífera na RDCongo é a malária, que mata cerca de 48.000 pessoas por ano.