Madeira

Jorge Carvalho encontra comunidade mais optimista sobre possível viragem política na Venezuela

“Sinto que a comunidade não atirou a toalha ao chão, antes pelo contrário”, disse o secretário regional da Educação, no país, numa viagem de cinco dias

Foto Arquivo
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Os portugueses e em particular os madeirenses radicados na Venezuela estão mais otimistas em relação a uma possível viragem política no país, disse à Lusa o secretário regional da Educação da Madeira.

“Aquilo que eu noto é que há uma esperança mais significativa, mais acentuada, num possível enquadramento político que possa devolver essa nova era de prosperidade”, afirmou Jorge Carvalho.

O governante falava à Lusa no âmbito de uma viagem de cinco dias à Venezuela, onde além de contactos com a comunidade lusa e autoridades portuguesas locais, participou nas celebrações dos 600 anos da Região Autónoma da Madeira.

“Sinto que a comunidade não atirou a toalha ao chão, antes pelo contrário, mantêm-se otimista, esperançada que algo vai acontecer, e isso é algo positivo para a comunidade e para o país”, sustentou.

Questionado sobre a quantidade de portugueses que terão regressado à Madeira nos últimos anos, devido à crise política, económica e social que afeta aquele país de acolhimento, Jorge Carvalho indicou que as estimativas apontam para “entre 6.500 e 7.000 emigrantes”, com “várias e diferenciadas situações”.

No entanto, o secretário fez questão de realçar a resposta dos sistemas educativo e da saúde.

“Temos cerca de 2.000 alunos integrados no sistema educativo, que é um sistema que tem correspondido a todas as solicitações, portanto nós enquadramos todas as crianças e jovens que chegam à região em idade escolar, inclusive com as aulas de língua não materna, no aprimorar do português, e não temos ninguém que tenha ficado de fora ou que tenha dificuldades em integrar o sistema, o que também procuramos agilizar”, disse.

Ao nível da saúde, explicou que “são alguns milhares aqueles que chegam à região a necessitar de cuidados e de uma intervenção ao nível do sistema regional de saúde”.

“Só uma região desenvolvida, só uma região que consegui acompanhar o progresso é que hoje também está em condições de dar resposta a estas solicitações”, frisou.

A região também tem procurado dar apoio e resposta na área do emprego, disse.

“Temos também alguns investidores e também fazemos esse enquadramento, mas a educação e a saúde apresentam-se aqui como dois bons exemplos de resposta que a região dá aos seus emigrantes”, afirmou.

A mensagem aos madeirenses nas celebrações dos 600 anos da Região Autónoma da Madeira, que tiveram lugar no Centro Português de Caracas, teve duas vertentes: a de esperança que as condições na Venezuela sejam de prosperidade, mas também de gratidão pela maneira como os emigrados contribuíram para a construção da Madeira autonómica.

“Em primeiro lugar, uma mensagem de esperança no aguardar que as condições na Venezuela possam voltar a ser de prosperidade e de sucesso, mas uma mensagem também naquilo que foi a construção da Madeira, particularmente da Madeira autonómica, deixando aqui a mensagem de que temos muito orgulho na nossa comunidade. Orgulho porque construíram também uma Madeira fora da Madeira”, disse.

Também ainda uma mensagem “de gratidão porque não só construíram os seus projetos de vida neste país, nesta comunidade, mas nunca esqueceram as suas origens, as suas raízes não só do ponto de vista cultural e dos valores, mas também ajudando a construir esta Madeira autonómica que felizmente hoje reúne condições para poder receber aqueles que decidam não continuar aqui na Venezuela e regressar à Madeira”, concluiu.