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Pelo menos oito deportados dos EUA abandonados sem documentos no Togo

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Foto AFP

Pelo menos oito dos cidadãos da África Ocidental expulsos pelos Estados Unidos da América para o Gana ficaram entregues a si próprios no Togo, onde chegaram sem documentos de identidade, relataram dois dos deportados e a sua advogada.

Estas expulsões forçadas dos Estados Unidos para o continente africano constituem o mais recente episódio do vasto programa de deportações implementado sob a presidência de Donald Trump.

A situação destes cidadãos foi revelada no início de setembro, quando o Presidente ganês, John Mahama, anunciou o acordo alcançado com Washington para receber deportados oriundos da África Ocidental, pois não precisariam de visto para entrar no país.

Desde então, entre oito e dez cidadãos da região foram transferidos à força pelo Gana para o Togo, sem passar por um posto fronteiriço oficial, e abandonados sem passaportes, noticiou a agência France-Presse (AFP).

"A situação é terrível", declarou um dos deportados.

A mesma fonte afirma estar hospedado num quarto de hotel com mais três pessoas deportadas, partilhando uma única cama e sobrevivendo graças ao dinheiro enviado por famíliares que permaneceram nos EUA.

Até ao momento, 28 pessoas chegaram ao Gana, depois das autoridades ganesas anunciarem a chegada de um primeiro grupo de 14 deportados no início de setembro.

Segundo a advogada norte-americana Meredyth Yoon, entretanto aterrou um segundo avião, com capacidade para transportar até 14 pessoas, mas o número exato de passageiros a bordo permanece incerto.

De acordo com advogados, os 14 primeiros expulsos beneficiavam de proteções concedidas pelos tribunais norte-americanos de imigração, que proibiam qualquer repatriamento para os seus países de origem devido a riscos de perseguição.

Mas Washington enviou-os para o Gana através de uma falha jurídica, explicou Yoon à AFP, acrescentando que Acra deixou claro que as pessoas em causa seriam depois reenviadas para os seus países de origem.

Questionado pela AFP, o Departamento de Estado norte-americano indicou que "continuará a utilizar todos os meios adequados para repatriar os estrangeiros que não deveriam estar em solo americano".

Contactada, a Agência norte-americana de imigração não respondeu de imediato aos pedidos da AFP.

Os executivos togolês e ganês ainda não se pronunciaram sobre o caso.