Chega acusa República arrastar actualização dos limites de vento
O deputado Francisco Gomes, eleito pelo Chega para a Assembleia da República, acusou hoje o Governo da República de “praticar terrorismo económico contra a Região Autónoma da Madeira ao arrastar indefinidamente a atualização dos limites de vento aplicados ao Aeroporto Internacional da Madeira”.
As observações foram feitas durante uma audição à Autoridade Nacional da Aviação Civil (ANAC), realizada na Comissão de Infraestruturas e Mobilidade, da qual o parlamentar é membro efectivo.
Na sua intervenção, Francisco Gomes recordou que “a Madeira vive em grande medida da indústria turística, que representa quase 30% do Produto Interno Bruto da Região e gera anualmente perto de 1,5 mil milhões de euros”, sublinhando que a Região dependente das ligações aéreas para garantir a sua competitividade.
O deputado refere que, “só nos últimos meses, foram registados centenas de cancelamentos ou desvios de voos devido às restrições actuais” e dá o exemplo do mês de Junho em que “mais de cem voos foram cancelados, deixando milhares de passageiros em terra e afectando gravemente um aeroporto que, no mesmo período, teve de gerir um fluxo superior a 1,7 milhões de passageiros”.
Francisco Gomes argumenta que os limites de vento em vigor foram fixados em 1964, quando a pista tinha menos 1.100 metros do que atualmente, uma orientação diferente e com base em testes realizados com um avião ‘Dakota’ da Segunda Guerra Mundial.
O parlamentar recorda ainda que “tanto a NAV como a ANAC, em 2023, garantiram que até ao Verão de 2025 estariam concluídos os trabalhos que permitiriam rever esses limites, mas a realidade é que nada foi feito até agora”. Nesta linha, Francisco Gomes exige ao Governo da República e à ANAC que “assumam de imediato a actualização dos limites de vento”.