BE acusa PSD-Madeira de favorecer empresários na Praia Formosa e promete reverter situação
A candidata do Bloco de Esquerda-Madeira à presidência da Câmara Municipal do Funchal, Dina Letra, denunciou, este sábado, na Praia Formosa, o que considera ser um favorecimento do executivo camarário do PSD a grupos empresariais, acusando o partido de criar uma unidade de execução que permitirá ocupar aquele espaço com "empreendimentos de luxo que não são de todo voltados para a população".
Durante uma acção de campanha realizada no local, Dina Letra alertou os funchalenses para o que está a acontecer naquele que considera ser "o último reduto de acesso livre ao mar". A candidata sublinhou que "toda a nossa orla costeira está ocupada ou por hotéis ou por acessos que são pagos", sendo "muito poucos aqueles que são gratuitos".
"O executivo da Câmara Municipal do Funchal, à revelia do plano director municipal e contra o interesse público decidiu criar aqui uma unidade de execução e favorecer claramente uns grupos de empresários", afirmou Dina Letra, acrescentando que esta decisão foi tomada pelo "PSD Madeira".
A candidata do Bloco de Esquerda apresentou uma proposta alternativa para o espaço, defendendo que este deve "reverter para o domínio municipal". Para concretizar este objectivo, Dina Letra propõe utilizar a taxa turística, que "oferece ao município do Funchal cerca de 14 a 15 milhões de euros por ano".
"O nosso objectivo é utilizar essa taxa turística para podermos ter aqui um jardim público, para podermos ter aqui espaços de lazer para as famílias do Funchal e não só", explicou a candidata, referindo que a Praia Formosa "é utilizada por todos os madeirenses, por muitos turistas".
Dina Letra prometeu que, se for eleita presidente da Câmara Municipal do Funchal, irá "reverter esta situação" e "utilizar os mecanismos que a Câmara dispõe para tornar esse espaço que é privado em favor da cidade", desenvolvendo um parque urbano com "jardins, espaços de lazer, desportos" e atividades ligadas ao mar.
A candidata criticou duramente aquilo a que chamou a política habitual do PSD-Madeira de entregar espaços aos "'patos bravos' do regime", garantindo que "com o candidato do PSD-Madeira que está proposto não será diferente".
Dina Letra revelou ainda que o Bloco de Esquerda já tinha denunciado anteriormente esta situação, tendo descoberto que "o projeto já estava a ser vendido quando ainda não sequer tinha dado entrada na Câmara Municipal do Funchal", considerando esta situação "extraordinária" e demonstrativa do "favorecimento que existe por parte do PSD-Madeira aos grupos económicos, sempre em detrimento dos interesses da população".
A candidata defendeu que "o Funchal também precisa de espaços verdes" e de "espaços de lazer para as famílias madeirenses", algo que considera fazer "muita falta" na cidade.
As declarações de Dina Letra surgem na sequência da manchete do DIÁRIO deste sábado, que revela que o o Tribunal Administrativo e Fiscal do Funchal não deu razão à providência cautelar contra o plano da Praia Formosa, mas deixou alertas. O processo foi movido por 18 cidadãos, visando a CMF e as quatro empresas promotoras do projecto imobiliário.
Rejeitada nova acção contra plano da Praia Formosa
Confira os destaques da primeira página do DIÁRIO de hoje