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Turismo Madeira

“Não temos uma equação que nos diga onde está a linha vermelha”

Mesa redonda debateu limites, qualidade e futuro do turismo na Madeira

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Foto ASPRESS

Na mesa redonda A Elasticidade da Madeira: Desafios, Soluções e o Futuro, realizada no âmbito da XVII Conferência Anual de Turismo da Ordem dos Economistas – Delegação Regional da Madeira, moderada por Paulo Brehm, os oradores Carlos Costa, Miguel Rodrigues, José Manuel Viegas e Fernando Costal Carinhas discutiram os sinais de pressão no sector e os caminhos para garantir sustentabilidade.

Carlos Costa sublinhou que “não temos aqui uma equação que nos diga onde é que está a linha vermelha”, ainda que devam existir limites bem definidos. Defendeu que a elasticidade do turismo é hoje “uma questão sistémica” e não apenas um indicador económico.

Fernando Costal Carinhas apontou a redução da receita média por turista à alteração do perfil dos visitantes, enquanto José Manuel Viegas levantou a necessidade de distinguir os cruzeiristas dos restantes turistas. Já Miguel Rodrigues destacou a falta de estatísticas finas e lembrou a importância de distinguir entre turistas e outros residentes temporários, como os nómadas digitais.

Sobre o Plano de Ordenamento Turístico da Madeira, Miguel Rodrigues considerou-o “fundamental” para traçar uma visão a longo prazo, mas Viegas avisou que “se ficarmos só por ali, funciona mal”. Carinhas acrescentou que “mais do que planear, importa agir”, enquanto Costa alertou para o “enorme vazio jurídico” que persiste no sector.

Quanto à questão da qualidade versus quantidade de visitantes, Viegas defendeu que o TVDE “surgiu porque havia procura” e pode até reforçar o transporte colectivo, embora precise de maior monitorização. Carinhas insistiu no “controlo da qualidade” e Costa lembrou os benefícios do turismo na recuperação de centros históricos.

No fecho, os oradores convergiram na ideia de que a Madeira deve procurar um equilíbrio: mais do que contar turistas, importa gerir os diferentes segmentos e assegurar que os benefícios do sector se traduzem em melhorias reais para residentes e visitantes.