SESARAM afirma que “não há qualquer quebra na resposta clínica a doentes oncológicos”
O SESARAM, no comunicado enviado, não desmente que as TAC com contraste são executadas em apenas três dias da semana. Em relação à existência de uma lista de espera para a feitura dos exames, a empresa pública também nada refere.
O SESARAM afirma que “não há qualquer quebra na resposta clínica a doentes oncológicos” e garante que “os doentes oncológicos e todos os utentes da Região são a prioridade absoluta”. As declarações surgem no seguimento da manchete da edição impressa de hoje do DIÁRIO, em que o nosso matutino dá conta de que a Saúde está “sem capacidade para TAC de contraste”, indicando que há “doentes oncológicos com tratamento adiado por falta de TAC”.
Saúde sem capacidade para TAC com contraste
Bom dia. Fique a conhecer os principais temas que marcam o seu DIÁRIO de hoje, 20 de Setembro de 2025
Num comunicado enviado à nossa redacção, diz ser preciso “repor a verdade dos factos e esclarecer cabalmente a população madeirense”. O SESARAM fala em “afirmações falsas e irresponsáveis” e diz não ser aceitável que “se procure denegrir o trabalho dos profissionais de saúde e colocar em causa a confiança dos utentes num sistema público que trabalha diariamente em prol do utente”.
“Ao contrário do que é insinuado, não existe atualmente no mercado qualquer equipamento de Tomografia Computorizada com duas estações de aquisição, tendo essa tecnologia sido descontinuada a nível global. O que o SESARAM adquiriu é tecnologia de última geração, que recorre a inteligência artificial, maior velocidade de aquisição e superior qualidade de imagem”, explica, acrescentando que “a recente actualização do equipamento TAC central, de 64 para 80 cortes, representa um investimento significativo na modernização tecnológica, traduzindo-se em ganhos objetivos na rapidez e precisão do diagnóstico”.
Nesse sentido, desmente que exista “falta de meios”, mas aponta que se trata de uma “estratégia consciente de inovação e reforço da capacidade assistencial”. “A nova tecnologia permite um volume potencial de cerca de 80 exames por dia. Contudo, qualquer aumento de produção deve ser realizado com responsabilidade, garantindo a segurança clínica, o respeito pela curva de aprendizagem dos técnicos e a qualidade dos resultados”, indica, dizendo que “o SESARAM está a cumprir este processo de forma gradual e responsável”.
“A acusação de que “assistentes técnicos escolhem doentes” para exames é absolutamente falsa e lesiva da ética profissional. Todos os exames com contraste exigem, por lei, a validação e presença médica, bem como a assinatura de consentimento informado por parte do utente. A triagem é exclusivamente clínica e cumpre rigorosamente a legislação nacional e os protocolos definidos pelas boas práticas médicas”, revela o SESARAM.
Quanto ao relato por parte de entidades externas, dá conta de que, em situações pontuais de sobrecarga, conforme legalmente previsto, o SESARAM recorrer “a uma entidade externa devidamente contratualizada, garantindo o relato dos exames dentro dos prazos estabelecidos. Este contrato inclui cláusulas sancionatórias em caso de incumprimento, protegendo o interesse dos utentes e assegurando a continuidade e fiabilidade do serviço clínico. Como dito, o tempo de entrega de um relatório após realização de uma TAC é em média 1,5 dias”, afiança.
Tal como já tinha referido em declarações que consta do artigo hoje publicado pelo DIÁRIO, “em 2024, o SESARAM realizou um total de 42.886 TAC”. “Só no primeiro semestre de 2025, já foram efectuados 29.057 TAC, evidenciando uma actividade assistencial consistente e em crescimento”, realça. “Estes números comprovam que ambos os equipamentos – o instalado no Serviço Central de Radiologia e Neurorradiologia, com funcionamento regular de segunda a sexta-feira, e o existente no Serviço de Urgência, disponível 24 horas por dia, 7 dias por semana – estão plenamente operacionais e ao serviço da população”, considera.
“Ao contrário do que sugere o artigo em causa, não há qualquer quebra na resposta clínica a doentes oncológicos. Há, sim, um sistema em modernização, sustentado na competência dos seus profissionais e na orientação estratégica de um Governo que prioriza a Saúde com rigor, transparência e investimento”, termina, acrescentando ainda que “o SESARAM apela à responsabilidade social e ética na abordagem pública dos temas da saúde. Notícias que desinformam e alarmam, com base em denúncias e que são tratadas como factos consumados, em um setor tão sensível como este, colocam em causa o trabalho de centenas de profissionais e, acima de tudo, desrespeitam os utentes”.