Crise na habitação

Se pensarmos que temos um problema correntemente, por favor, pensem outra vez.

Quando o número de interessados em comprar casa atinge 42%, são estrangeiros.

Concordo, sim, temos um grande problema, que ainda não tocámos sequer à superfície.

Temos uma ilha pequena em tamanho, mas com um clima agradável, para muitos excepcional, e com uma beleza natural como poucas na Europa.

Para o tal alemão, francês, sueco ou inglês, reformado e bastante desafogado financeiramente, não há dificuldades em comprar uma residência na Madeira, pois o preço é irrelevante.

A Madeira, pela proximidade à Europa, tornou-se, como o Porto Santo, destino de muitos madeirenses que compram casa para férias e convívio social. Não os condeno.

Só há um grande problema: os nativos do arquipélago, Madeira e Porto Santo.

Com os ordenados que recebem, jamais poderão comprar o tal tecto com que tanto sonham.

Uma das soluções é pôr uma taxa sobre todas as compras imobiliárias feitas por estrangeiros.

Criar-se-ia um fundo, gerido pelo Governo Regional da Madeira, sem fins lucrativos, para ajudar os nascidos no arquipélago a comprarem a sua primeira casa ou apartamento, onde pudessem mais desafogadamente começar família, evitando muita emigração desnecessária.

A ideia não é minha, mas no pouco tempo que estive em Jersey, já lá vão mais de 55 anos, vi esta lei ser implementada, para ajudar os jovens a poderem adquirir a sua primeira habitação. Lei que ainda hoje está em vigor.

Ex.mo Sr. Presidente, julgo ter o poder de implantar essa lei; caso não tenha, por favor, procure.

Para bem da juventude do arquipélago da Madeira e do Porto Santo.

Opinião pessoal: não deixe para amanhã o que pode fazer hoje.

Damião de Freitas