Preocupação com "muitas variáveis" garantiu sucesso nos manuais digitais
Porto Editora monitoriza uso e apoia quando há dificuldades
“Os manuais digitais são muito mais do que passar os livros em papel para o formato electrónico”, esclareceu Rui Pacheco. O director da Divisão de Tecnologias Educativas da Porto Editora revela que tem a ver com diversificação pedagógica e com potenciar outro tipo de experiências aos alunos. “Por isso é que as coisas estão a funcionar melhor aqui do que noutros contextos”, constatou esta manhã na Escola Gonçalves Zarco, à margem do encerramento simbólico do projecto dos manuais digitais. Esta transição foi iniciada pelo Governo em 2018 com as primeiras turmas-piloto, continuou no ano seguinte já com todos os alunos de 5.º ano e veio progressivamente introduzindo nos restantes níveis de ensino até este 2025/2026, em que todos os alunos do 5.º ao 12.º anos das escolas públicas têm acesso gratuito aos equipamentos e manuais.
A Porto Editora foi parceira do projecto, desde 2005 que a empresa está no mundo digital, foi quando lançou a Escola Virtual. “Para nós isto não é novo. O que há aqui de novo é estarmos a contribuir para um processo em que, existiu uma preocupação com muitas variáveis e que nós vemos, visto de fora, tendo em conta as outras experiências que nós acompanhamos, que faz a diferença entre o sucesso e o insucesso”, afirmou Rui Pacheco.
O representante destaca os muitos aspectos que foram sendo tidos em atenção, a importância das turmas-piloto para afinar os programas e o contributo que os alunos e a experiência na Madeira têm dado para a própria evolução de alguns aspectos do trabalho da Porto Editora.
“O que está a ser feito aqui ao longo destes sete anos não é introduzir tablets nem manuais digitais, o que está a ser feito aqui é colocar ao serviço das escolas a possibilidade de explorarem outro tipo de abordagens pedagógicas. Porque a finalidade é o ensino e a aprendizagem, a finalidade é cumprir o propósito da escola. E eu acho que essa é a diferença central deste projecto”, elogiou.
Rui Pacheco revela que não são apenas os manuais que são fornecidos nem são uma versão digital do impresso, esclarece. Além dos manuais, há um conjunto de ferramentas de avaliação, de estudo, de apoio ao professor e para o desenvolvimento de projectos, tudo interligado com os manuais num verdadeiro “ecossistema”.
“Todos estes miúdos que aprendem com recurso a todos estes serviços e plataformas e equipamentos são colocados perante desafios novos, mas são desafios que, como dizia o meu colega da Samsung, os vão habilitar a encarar o futuro de uma maneira muito diferente. Mas é importante não perder de vista que o objectivo final é sempre melhorar as aprendizagens, é sempre prestar um serviço de educação às populações, não é introduzir a modernidade, não é inovar pela inovação”, alertou.
Segundo o representante, a Porto Editora consegue monitorizar os usos, com a salvaguarda da protecção de dados, sublinha, e assim fornecer apoio quando necessário, nomeadamente com formação extra para professores quando há dificuldades. As áreas humanísticas são as que têm necessitado de mais apoio. “Do lado das ciências, do lado da Matemática, existe uma espécie de uma pré-disposição para a tecnologia”, mas acredita que essa diferença já foi maior.
No fim, deixa claro sobre a digitalização e a introdução das novas tecnologias: “Tudo isto são recursos, a finalidade é mais importante do que os recursos”.