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Comunidades Madeira

Cursos da área da Saúde são os mais difíceis de obter equivalência em Portugal

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Foto Helder Santos/ASPRESS

Ana Bracamonte aponta como grande desafio saber aproveitar a mão-de-obra qualificada que chega de fora. A vereadora da Câmara Municipal do Funchal amite a dificuldade de obter equivalência em diversos cursos, nomeadamente na área da Saúde, uma das áreas mais necessitadas a nível nacional.

Na área da Engenharia há um acordo entre Portugal e a Venezuela que facilita esta equivalência. “Isto permite aos engenheiros venezuelanos trabalhar no privado”, explica a autarca.

Está a decorrer na Escola Básica e Secundária Padre Manuel Álvares, na Ribeira Brava, a conferência ‘A Diáspora como Estratégia do Futuro’, inserida na Festa Luso-Venezuelana, que decorre na Ribeira Brava, desde hoje e até ao próximo domingo. A sessão está a ser moderada por Victor Hugo, jornalista coordenador das Comunidades do DIÁRIO.

Carlos Fernandes, deputado à Assembleia Legislativa da Madeira, usou como exemplo o facto de, na época covid-19 não termos sabido aceitar os médicos formados na Venezuela, deixando-os sair para outros países como Espanha e Itália, que foram exercer medicina e lá continuaram. O parlamentar criticou ainda o programa ‘Regressar’, que acabou por afastar as pessoas das Regiões Autónomas, pois não se aplicava a esse território.

“Temos de falar com as grandes empresas para haver um grande plano nacional para trazer portugueses para o país. Daqui a dias vamos continuar a perder população e mão-de-obra qualificada por não saber aproveitar os recursos que tem lá fora”, disse Carlos Fernandes.

Betania Costa admite que não é fácil ultrapassar-se a falta de equivalência que muitos enfrentam, quando, muitas vezes, são madeirenses que estiveram muitos anos fora.

Andy Pereira deu o seu exemplo de como venezuelano que tinha como maior medo não ser aceite na Madeira, quando veio viver para a Região. Admitiu que sofreu bullying quando começou a estudar na Madeira.

A psicóloga Betania Costa corrobora esta situação, mas dizendo que esse desafio já foi maior. A chegada de outras nacionalidades tirou o foco da diversidade. A desinformação é um novo desafio para as migrações, exacerbada pelas redes sociais.

Por seu lado, Ana Bracamonte aponta que há discursos de fomento de ódio que crescem nas redes sociais e, por vezes, polarizados por partidos. "O combate ao bullying faz-se como a educação", assume a autarca, que admite que as entidades oficiais tentam "acompanhar o ritmo" da evolução da sociedade. Há projectos pensados para serem aplicados no Funchal, já no início do ano lectivo, por forma a fomentar a diversidade e a integração.

Ana Bracamonte lembrou que os imigrantes têm direito de votar nas eleições autárquicas e que devem aceder a esse direito. É preciso dirigir-se às Juntas de Freguesia para se recensearem para esse efeito.