Um Governo Sombra

Uma antítese?

Ou uma inevitabilidade?

Segundo a dita IA, Governo sombra “pode referir-se a duas coisas distintas: um gabinete paralelo de um partido da oposição, ou uma teoria da conspiração sobre um governo secreto que controla o governo oficial”.

Desinteligência à parte, não há resquícios de um governo paralelo, nem de um governo secreto, ambos por falta de objecto.

E as sombras começam a escassear, fruto do clima e da generalizada desprotecção civil.

É que o Governo está na sombra enquanto o país arde, civilmente desprotegido. Ardem as matas, os arvoredos e as florestas; Esfumam-se as urgências, os utentes e os que nem lá chegam.

E o Governo, sombrio, de tão ensombrado.

E assombrado, pelo Assombrador-Mor, que vai saindo da sombra, ao sol. Um Governo sombra ensombrado e assombrado? Talvez.

As Ministras das pastas, ausentes, de sombrinha, os sebastiânicos ministros, de sombreiro.

O Assombrado/Ensombrado-Mor, esse, vá lá, não prometeu resolver os problemas do País num só dia.

Por isso, com dias de sobra, também goza da merecida sombra.

Porventura na aldeia de Sombrais da Serra ou na de Assombração do Mar?

E o País ao sol. E a arder.

José Coelho