Aí está o futebol, deus da alienação
Já começou o futebol!
Brevemente(esperamos)vão embora os incêndios e os incendiários das nossas serras, vilas e aldeias para dar lugar aos “incêndios” e aos” incendiários” dos relvados –e fora deles - dos estádios de futebol deste nosso triste Portugal.
Está de regresso o denominado Desporto Rei. Rei das multidões, das paixões, mas também das confusões, das desuniões, aldrabices, polémicas e corrupções.
Se bem que - convém salientar- sempre nos traga, aqui e ali, momentos de alegria, de confraternização que faz esquecer os episódios mais tristes, conturbados e sofredores que a vida é fértil em nos dar.
Não sabemos para já – como é natural - quem será o vencedor ou vencedores nesta nova época 25/26 das principais competições ,1.ª Liga e Taça de Portugal, - como, aliás, não sabemos de nenhuma das outras, - mas é fácil de concluir.
Atendendo ao que acontece Todos os Anos, admitimos que seja aquele dos tradicionais 3 clubes, cuja equipa seja mais beneficiada pelos erros das arbitragens, no princípio, no meio ou no fim das provas.
É triste, é duro, afirmarmos isto, mas infelizmente é a realidade.
Erros que, recusamos considerar –Quem somos nós para julgarmos? – que sejam voluntários, cometidos propositadamente, mas a verdade é que, ano após ano, eles sucedem e têm quase sempre influência direta ou indireta na atribuição dos títulos.
- Esta época futebolística certamente não será diferente das demais, até porque mal deu os seus primeiros passos e já está envolvida em polémicas, com árbitros à mistura, algumas com razão de ser, outras, pelo inédito e ridículo que envolvem.
E por mais que surjam os ditos” salvadores da Pátria, ou seja, do nosso futebol,” o que assistimos é que essa” salvação” não passa de um querer “mudar de mãos” os privilégios e favoritismos e não o desejo de mudar o que está mal na modalidade.
Certa gente foi capaz de mudar questões, (guerrilhas) internas que estavam a prejudicar o seu clube e a pôr em causa as suas lideranças, mas mudar o “mal do futebol em geral” nem um sintoma foi observado.
Todos estes anos afirmaram - talvez com razão - que dois dos maiores clubes é que mandavam no futebol do País, controlavam a Federação e Conselho de Disciplina e que tudo isso devia acabar, mudar. Hoje – ao que dizem – a mudança deu-se, os cargos passaram para pessoas ligadas ao seu clube.
Acabar com a violência nos campos, com atos de indisciplina grosseiros, também era algo a combater, mas ao que parece quando se trata de atos praticados com atletas dos clubes adversários, quando se trata dos seus, não só os protegemos e defendemos, como nos insurgimos com os castigos aplicados.
Assistimos a dirigentes a afirmar que os presidentes de outros clubes “não sabem perder” pelo facto de criticarem os árbitros quando se sentem prejudicados pela arbitragem, quando no seu clube o presidente já foi várias vezes castigado, multado e suspenso pelas mesmas razões.
Enfim, é com gente desta (in)sensatez, que vamos mudar o futebol em Portugal, defender os clubes, os dirigentes, atletas, as Instituições responsáveis pela modalidade, promover melhores espetáculos, chamar mais público para os estádios?
Talvez não seja, mas o que temos a certeza é que é com muita desta gente que iniciamos mais uma época desportiva, mais propriamente de futebol.
E... salve-se quem puder!
Juvenal Pereira