Afinal a Candy chama-se Francisca…
Os tutores na procura da Francisca, que num momento triste da sua vida foi a Candy.
Desde os seus 3 anos, em março de 2013, que chegou à nossa família, através de um processo de adoção a uma Associação.
A sua adaptação ao nosso ambiente familiar foi complexa e muitas foram as estratégias adotadas por nós, de forma a cuidarmos da nossa Francisca em nossa casa, respeitando sempre a sua dignidade. Ao longo destes 12 anos, passeava connosco e mesmo até sozinha. Conhecida por todos os familiares e vizinhos, que a tratavam com muito carinho.
Até que chegou ao dia 28 de abril do presente ano. Cheguei a casa por volta das 17h, a Francisca não estava como era habitual na companhia do gato. Desde a família aos amigos, em todos os percursos por ela conhecidos, a procurámos. Foram momentos difíceis para nós até que assumimos que o pior havia acontecido!
Na madrugada do dia 6 de maio, sensivelmente pelas 3 horas da manhã, e numa noite de insónia, ao percorrer uma rede social deparamo-nos com uma publicação feita duas horas antes, de uma Associação a informar publicamente a boa ação que tinham feito…!!!! Afirmaram que haviam retirado da via pública uma cadelinha no dia 28 de abril, abandonada. Evidenciaram a dificuldade sentida, em apanhá-la, pois na verdade ela só queria dar uma volta e voltar para casa como sempre o fizera.
Ao vermos as fotografias publicadas, no carro que a raptou, conseguimos ver nos olhos da nossa Francisca, da nossa velhinha o desespero de ter sido levada por estranhos. Levaram-na no dia 28 de abril e só na madrugada do dia 6 de maio é que informaram publicamente que estava internada numa clínica veterinária, abandonada à sua sorte, maltratada, doente, sem chip e que iria ser esterilizada.
Eram 8h25, do dia 6 maio quando entrei em contato telefónico com a Associação com intuito de validar e compreender o que havia acontecido com a nossa Francisca. Descrevi-a fisicamente, inclusive informei para validarem o uso de uma coleirinha. Informei o seu percurso de vida e ainda, acrescentei que já estava esterilizada desde março de 2013 ao qual me foi reportado de que não estávamos a falar da mesma cadela, pois esta não tinha chip e, estava abandonada desde o dia 19 de abril.
Após uma longa conversa, e da minha insistência que não tinha qualquer dúvida que era a Francisca, foi-nos informado sobre os procedimentos que teríamos de seguir e da necessidade de efetuarmos um pagamento inerente ao seu internamento, no qual e no imediato nos recusamos a efetuar.
Assim, e tristemente evidencio perante esta lamentável situação, repleta de momentos de muita tensão e pouco agradáveis, a falta de profissionalismo de algumas Instituições por nós contactadas na defesa dos direitos dos animais e do sigilo profissional implícito.
Neste sentido, e após diversos contatos telefónicos até descobrirmos que a nossa Francisca, as suas rotinas diárias, bem como, os seus tutores… nós… erámos previamente conhecidos por esta “Associação”.
Assim, questionamo-nos e pretendemos compreender os motivos desta “Associação” ao afirmar perante toda uma sociedade, o abandono e os maus-tratos físicos e emocionais da Candy que afinal era a nossa Francisca, por parte dos seus tutores, quando foi a esta “Associação” que a retirou do espaço que habitualmente frequentava.
É de lamentar que só após o pagamento das despesas da Clínica foi nos entregue a Francisca. Ao nível da rede social após este desfecho a “associação” deseja que a cadela seja feliz e bem cuidada pelos seus sempre tutores.
Pura maldade.
Sónia Ferraz