Quem são os ‘favoritos’ para suceder ao Papa Francisco?
Vários estudos avançam com nomes para o sucessor do falecido Papa
Tem início na próxima quarta-feira o conclave que levará à eleição do próximo Papa. O líder da Igreja Católica será escolhido entre um extenso rol de candidatos, mas há já vários estudos que apontam para nomes ‘favoritos’ para suceder ao Papa Francisco.
Neste caso, não há fórmulas mágicas que permitam aferir com exactidão quem será o próximo Papa. No entanto, tendo em conta vários factores, são traçados possíveis cenários de eleição. Os últimos dados revelados, nomeadamente pelo ISCTE, dão conta que há três nomes ‘em cima da mesa’. Apesar disso, estes são cenários mutáveis, que podem variar consoante aquilo que for discutido no conclave.
Como se escolhe um Papa?
Quando um Papa morre ou renuncia ao cargo, a Igreja Católica inicia um processo altamente reservado e espiritual: o Conclave. Este ritual centenário, envolto em tradição, silêncio e solenidade, conduz à eleição do novo líder espiritual de mais de mil milhões de católicos em todo o mundo. Mas como funciona exatamente este processo? Quem participa? Como se vota? E o que acontece quando se ouve a célebre frase “Habemus Papam”? Esta é uma viagem ao coração de uma das escolhas mais simbólicas da história da Igreja.
Apesar de ter início na próxima quarta-feira, o conclave poderá não decidir nesse dia quem será o sucessor. Podem acontecer até quatro votações por dia, sendo que foi instalada uma chaminé que vai expelir fumo branco quando for encontrado o nome do sucessor de Francisco.
Perfil dos principais candidatos
Jean-Marc Aveline, cardeal de Marselha
O arcebispo Jean-Marc Aveline é oriundo da Argélia e tem 66 anos. Tornou-se bispo, arcebispo e cardeal durante o papado de Francisco. Segundo a imprensa internacional, tem especial interesse por temas ligados com as migrações e sobre o diálogo inter-religioso. O francês dedica também muito do seu tempo ao diálogo com a comunidade argelina. Pelo seu papel de comunicação, é apontado como um dos preferidos a suceder a Francisco. Isso mesmo diz um estudo recentemente publicado pelo ISCTE.
Matteo Maria Zuppi, cardeal de Bolonha
O italiano de 69 anos apresenta uma postura progressista e é membro da Comunidade de Sant'Egidio, um movimento católico dedicado à paz e ao diálogo inter-religios. Foi o escolhido pelo Papa Francisco para ser o enviado especial do Papa para o conflito na Ucrânia, tendo visitado Kiev, Moscovo, Washington e Pequim nessa função. Está à frente de esforços de reconciliação e de diálogo com a comunidade LGBTQI+.
Pietro Parolin, secretário de Estado do Vaticano
Com 70 anos, é o principal candidato a ser Papa, de acordo com as casas de apostas. Por ser secretário de Estado do Vaticano, ocupa um lugar de destaque Tudo indica que daria prioridade à diplomacia e, uma vez que actuou como uma espécie de vice-Papa, seria uma escolha natural para a sucessão. No entanto, a experiência pastoral limitada, uma vez que entrou para o serviço diplomático do Vaticano apenas três anos após sua ordenação sacerdotal, pode pesar contra a eleição.
Candidatos menos prováveis
Tolentino de Mendonça, prefeito do Dicastério para a Cultura e a Educação
Com 59 anos de idade, é um dos mais jovens candidatos. O que para muitos é apresentado como uma vantagem, não sempre é bem olhado aquando do conclave. Além de cardeal, é também poeta, tendo ganho vários prémios como tal. É por isso entendido como um "homem de cultura", tendo sido apontado pelo jornal italiano 'La Repubblica' como um dos fortes favoritos. Nascido em Machico, na Madeira, apresenta-se com uma "capacidade de atingir um vasto público".
Em Fevereiro deste ano, por ocasião do Jubileu dos Artistas e do Mundo da Cultura, substituiu o Sumo Pontífice numa missa, altura em que Francisco esteve internado no hospital Gemelli, em Roma.
Luis Antonio Tagle, prefeito do Dicastério para a Evangelização
Também o filipino Luis Antonio Tagle mereceu a confiança de Francisco para estar à frente de um dicastério. Tem actualmente 67 anos e, sendo eleito, seria o primeiro Papa asiático. É o líder da igreja católica nas Filipinas e compartilhava muitos dos ideais do Papa Francisco, nomeadamente a de uma igreja missionária. Essa é uma vantagem, uma vez que muitos apontam que o próximo líder da igreja católica deve seguir os mesmos ideais, numa ideia de continuidade.