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Regionais 2025 Madeira

Paulo Cafôfo está confiante que vai liderar solução de governo

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O cabeça de lista do PS às eleições regionais da Madeira, Paulo Cafôfo, manifestou-se hoje convicto de que vai liderar uma solução governativa, assumindo que o JPP será o primeiro partido que vai contactar após o sufrágio, no domingo.

"O primeiro partido que vou contactar será o JPP. Eu diria que será, a seguir ao PS, o partido com maior votação. E, se assim for, obviamente irei seguir essa vontade popular", declarou Paulo Cafôfo aos jornalistas, no Funchal.

O candidato e presidente do PS/Madeira, o maior partido da oposição, percorreu hoje novamente a Rua Fernão de Ornelas, uma das mais movimentadas do Funchal, onde ouviu anseios, opiniões, distribuiu canetas e panfletos do partido e pediu aos eleitores para que lhe deem uma oportunidade de governar nas eleições de domingo.

Questionado sobre se, por outro lado, o JPP ficar à frente do PS, Paulo Cafôfo disse que o PS é o partido que está em melhores condições de liderar uma solução de governo.

"O Partido Socialista é o maior partido da oposição. O Partido Socialista tem tido sempre, nesta liderança da oposição, uma posição responsável. E, por essa razão, eu acredito que vamos liderar, e vou sublinhar a palavra, vamos liderar uma solução governativa no domingo", vincou.

"Já excluímos o PSD, como é lógico, e o Chega. E, portanto, a partir daí, vamos construir uma solução governativa com aqueles partidos democráticos que queiram fazer a mudança da nossa região", reforçou.

Neste último dia de campanha eleitoral, Paulo Cafôfo voltou a pedir a convergência de votos no PS, considerando que PSD e Chega significam instabilidade.

"Só o Partido Socialista é que pode dar governabilidade e uma situação duradoura. Por isso eu apelo a que não haja dispersão de votos, não desperdicemos os votos, concentremo-los no Partido Socialista, que essa é a única forma de nada continuar igual", apelou.

Questionado se apresenta a demissão da liderança do PS/Madeira caso não vença as eleições, Paulo Cafôfo assegurou apenas estar confiante no resultado das eleições, não querendo antecipar esse cenário.

"Esta confiança vem efetivamente da recetividade das pessoas e daquilo que elas nos dizem. Pessoas que são do PSD dizem que vão votar no PS", sustentou.

Cafôfo acrescentou que os madeirenses querem um governo estável e duradouro e já perceberam "que com Miguel Albuquerque isso não será possível, porque pode ser chamado à justiça, pode ser mesmo levado pela justiça" e provocar novas eleições antecipadas.

É necessário acabar com o "clima de medo" do PSD e é fundamental que os indecisos e os descontentes votem numa solução diferente, insistiu Paulo Cafôfo.

As legislativas da Madeira, as terceiras em cerca de um ano e meio, decorrem com 14 candidaturas a disputar os 47 lugares no parlamento regional, num círculo único: CDU (PCP/PEV), PSD, Livre, JPP, Nova Direita, PAN, Força Madeira (PTP/MPT/RIR), PS, IL, PPM, BE, Chega, ADN e CDS-PP.

As eleições antecipadas ocorrem 10 meses após as anteriores, na sequência da aprovação de uma moção de censura apresentada pelo Chega - que a justificou com as investigações judiciais envolvendo membros do Governo Regional, inclusive o presidente, Miguel Albuquerque (PSD) -- e da dissolução da Assembleia Legislativa pelo Presidente da República.

O PSD tem 19 eleitos regionais, o PS 11, o JPP nove, o Chega três e o CDS-PP dois. PAN e IL têm um assento cada e há ainda uma deputada independente (ex-Chega).

Após as eleições do ano passado, também antecipadas, o PSD fez um acordo de incidência parlamentar com o CDS-PP, insuficiente, ainda assim, para a maioria absoluta. PS e JPP chegaram a apresentar uma solução de governo, mas foi rejeitada pelo representante da República, Ireneu Barreto.