Foi no Funchal que começou e é no Funchal que termina. Foi essencialmente na capital madeirense que se concentraram os esforços liberais para as eleições regionais deste domingo. Gonçalo Maia Camelo assumiu a liderança da Iniciativa Liberal e desta candidatura depois da saída em rutura de Nuno Morna, ex-líder regional e deputado eleito em 2023.
Com o mote ‘Madeira com futuro’, o propósito é o de aumentar o número de votos e se possível a representação parlamentar. Mas foi um partido dividido o que chegou às ruas e isso notou-se na mobilização interna e externa. Já a mensagem e o programa político permaneceram inalterados, bem como o apoio nacional que se traduziu em várias visitas, do início ao fim.
Mariana Leitão, vice-presidente da Iniciativa Liberal marcou presença na apresentação oficial da candidatura. Depois vieram Carlos Guimarães Pinto e Nuno Barata, deputados na Assembleia da República e dos Açores, respectivamente. O líder Rui Rocha esteve na Madeira no passado sábado e hoje está João Cotrim Figueiredo, actual eurodeputado e ex-presidente da IL, para o encerramento da campanha.
A presença na Madeira de Rui Rocha promoveu um dos momentos mais descontraídos da candidatura. Foi numa acção de rua que decorreu no Mercado dos Lavradores e se estendeu rua acima tendo terminando na Placa Central. O líder e os restantes elementos presentes dançaram e cantaram ao som de ‘You know it’s not the same as it was’.
Encontros, visitas, acções de rua, conversas e copos foram estratégias usadas para chegar aos eleitores, a par das redes sociais, onde deram conta da mensagem em geral de uma forma documental e sóbria. No essencial, a mensagem da IL foi de estabilidade e governabilidade, com Gonçalo Maia Camelo a deixar claro desde o início que vai viabilizar uma solução de centro-direita, desde que sem Miguel Albuquerque. Mas coube a Rui Rocha traçar a linha vermelha de que à Esquerda não há entendimentos, algo que havia ficado pouco claro inicialmente.
“A Madeira precisa de Estabilidade” foi uma das frases mais ouvidas. e maior reivindicação, após o apelo ao voto no partido. Um voto responsável, tendo ao longo de todo este tempo a IL procurado se demarcar dos restantes partidos por este posicionamento menos partidário e mais defensor do interesse público.
No que depender de nós, da Iniciativa Liberal, a Madeira terá um governo para quatro anos, não é para quatro meses, não é para seis meses, não é para um ano, é um governo para quatro anos, porque é assim que os ciclos políticos devem ser Gonçalo Maia Camelo
Em termos de programa, os liberais apresentaram um conjunto de propostas concretas de governação para as áreas mais sensíveis, soluções que assentam muito nas parcerias público-privadas, como são os casos da saúde, da habitação e das listas de espera. É um projecto voltado sobretudo para a liberdade e desenvolvimento económicos, para a desburocratização e para a redução do peso do Governo, tirando partido da fiscalidade.
Os contactos foram realizados quase a dedo, foram da área da economia à investigação, passando pelo ensino. Foram encontros para se inteirar das necessidades e apresentar o programa, com os jovens no centro das preocupações. Em termos de percurso, a campanha esteve no centro do Funchal, na Ajuda e nas Madalenas. Os liberais visitaram ainda no Cabo Girão, o centro de Câmara de Lobos, de Santa Cruz, do Caniço e de Machico, além de se terem deslocado à Camacha e ao Santo da Serra. A costa Norte não foi contemplada ou o Porto Santo.