Rui Rocha apela ao "voto da responsabilidade" na IL
O líder da IL, Rui Rocha, apelou hoje ao "voto da responsabilidade, que constrói e que é solução" nas eleições regionais da Madeira, salientando que é preciso mudança para acabar com a atual instabilidade política no arquipélago.
"Nestas eleições regionais apelamos ao voto da responsabilidade, o voto que constrói, o voto que é solução. A Madeira tem uma solução política que tem de ter algum tipo de mudança, nós não podemos continuar nesta instabilidade", afirmou Rui Rocha, em declarações aos jornalistas no mercado do Santo da Serra, no concelho de Santa Cruz.
Ao terceiro dia de visita à região autónoma, Rui Rocha voltou a estar ao lado do cabeça de lista do partido às eleições regionais antecipadas de dia 23, Gonçalo Maia Camelo, notando o "excelente acolhimento" que tem sentido das propostas da IL.
"Penso que as pessoas neste momento percebem que não é possível continuar com ciclos políticos muito curtos com esta instabilidade. Essa instabilidade atrasa a vida das pessoas, as pessoas querem avançar, querem olhar pelas suas vidas e não querem que os políticos atrasem a sua vida, querem que os políticos tragam soluções", disse.
Apontando as três ideias fundamentais da IL para as eleições da Madeira - liberdade, autonomia, responsabilidade -, Rui Rocha voltou a pedir um reforço da votação do partido, considerando que "é o momento de dar um sinal, de reforçar o sentido de responsabilidade que a IL tem mostrado".
"Queremos ser relevantes e contribuir com soluções, não é possível termos ciclos de governação tão curtos, isso é mau para os madeirenses, as pessoas estão cansadas de tanta instabilidade", defendeu.
Já depois de falar aos jornalistas, o líder da IL e o candidato madeirense percorreram durante alguns minutos as bancas do mercado agrícola Santo da Serra, parando para cumprimentar alguns produtores que vendiam os seus produtos, como "a D. Dina", a quem Rui Rocha fez questão de dar dois beijinhos.
Antes, a comitiva de cerca de uma dezenas de apoiantes com bandeiras azuis parou na "Barraca da Fátima" para provar uma poncha regional, mas das "mais pequenas".
Por 4,80 euros, Fátima serviu quatro copos, em jeito de aperitivo para o almoço.
Região precisa de Governo que se possa apresentar "de cara lavada"
Já o cabeça-de-lista da IL às regionais antecipadas da Madeira, Gonçalo Maia Camelo, reiterou hoje a necessidade de estabilidade política no arquipélago e de os madeirenses elegerem um executivo que consiga apresentar-se na República "de cara lavada".
"Precisamos de estabilidade e precisamos de credibilidade, precisamos de um Governo que consiga apresentar-se na República de cara lavada, digamos assim, que possa ser respeitado e possa ser ouvido nas suas legítimas reivindicações", defendeu Gonçalo Maia Camelo, em declarações aos jornalistas no mercado agrícola do Santo da Serra.
O candidato alertou ainda para um tema que, em seu entender, tem sido pouco discutido e é uma das prioridades do partido: "o reforço da autonomia, da autonomia da Madeira e da autonomia regional".
"Este clima de instabilidade e de falta de credibilidade dos sucessivos governos regionais tem minado a autonomia, tem bloqueado a autonomia", alertou.
Por isso, acrescentou, "a necessidade de estabilidade e de credibilizar o Governo Regional será um factor essencial para reforçar a autonomia".
Acabar a revisão da Lei das Finanças Regionais, "estabilizar o centro internacional de negócios da Madeira" e reforçar os poderes tributários da Região Autónoma da Madeira foram outras das ideias defendidas pelo candidato da IL.
A IL, que tem um deputado na Assembleia Legislativa da Madeira desde as eleições regionais de 2023 e aponta como objetivo aumentar a representação parlamentar, já disse estar disponível para viabilizar uma alternativa ao Governo social-democrata de Miguel Albuquerque.
A lista da IL é encabeçada pelo novo coordenador do núcleo regional da IL, o advogado Gonçalo Maia Camelo, que substituiu o deputado único Nuno Morna. Nuno Morna, que foi reeleito deputado nas antecipadas de 26 de maio do ano passado, não integra a lista de candidatos da IL.
Nascido em São Jorge de Arroios, em Lisboa, em 13 de março de 1974 (fez 51 anos na quinta-feira), Gonçalo Maia Camelo é advogado desde 1999 e vive há quase 20 anos Madeira.
Nas últimas eleições legislativas regionais, como independente, foi o número dois na lista encabeçada por Nuno Morna.
No final de julho do ano passado, depois de Nuno Morna ter renunciado ao cargo de coordenador regional da IL, Gonçalo Maia Camelo tornou-se o militante 7.854 do partido e assumiu a liderança da estrutura madeirense dos liberais. Ainda independente foi também candidato pelo círculo da Madeira nas legislativas de março de 2024.
Às legislativas da Madeira, as terceiras em cerca de um ano e meio, concorrem 14 candidaturas, que vão disputar os 47 lugares no parlamento regional, num círculo único: CDU (PCP/PEV), PSD, Livre, JPP, Nova Direita, PAN, Força Madeira (PTP/MPT/RIR), PS, IL, PPM, BE, Chega, ADN e CDS-PP.
As eleições antecipadas ocorrem 10 meses após as anteriores, na sequência da aprovação de uma moção de censura apresentada pelo Chega - que a justificou com as investigações judiciais envolvendo membros do Governo Regional, inclusive o presidente, -- e da dissolução da Assembleia Legislativa pelo Presidente da República.
O PSD tem 19 eleitos regionais, o PS 11, o JPP nove, o Chega três e o CDS-PP dois. PAN e IL têm um assento cada e há ainda uma deputada independente (ex-Chega).