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Egipto pede "aplicação fiel e integral" de acordo de cessar-fogo em Gaza

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Foto EPA

O Egito pediu hoje a "aplicação fiel e integral do acordo de cessar-fogo assinado entre Israel e Hamas em janeiro, cuja segunda fase deveria ter entrado hoje em vigor, desafiando a União Europeia a pressionar nesse sentido.

"Não há alternativa à aplicação fiel e integral, por todas as partes, do que foi assinado em janeiro passado", afirmou o ministro dos Negócios Estrangeiros do Egito, Badr Abdelatty, em conferência de imprensa, citado pela agência France-Presse (AFP).

Abdelatty apelou ainda para a União Europeia (UE) exercer "a máxima pressão sobre as partes, em particular sobre a parte israelita, no que se refere ao seu empenho no acordo de cessar-fogo".

As declarações do Egito surgem num contexto em que Israel e Hamas estão num impasse sobre como manter o cessar-fogo já Faixa de Gaza, depois de 15 meses de guerra.

A primeira fase do cessar-fogo entre Israel e o movimento radical palestiniano Hamas terminou no sábado, sem um acordo sobre uma segunda fase, que deveria levar ao fim definitivo da guerra e à libertação de todos os reféns.

Pouco depois, o gabinete do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, emitiu uma declaração sobre um novo plano dos Estados Unidos da América, mediador no conflito, para prolongar a primeira fase até ao Ramadão e à Páscoa judia em troca da libertação de todos os reféns -- algo a que o Hamas se opõe.

"Se o Hamas continuar a consolidar a sua posição e não libertar os nossos reféns, haverá outras consequências, que não vou detalhar aqui", afirmou hoje Netanyahu.

A suspensão da entrada de ajuda humanitária foi hoje considerada pelo Hamas como "uma chantagem mesquinha, um crime de guerra e violação flagrante do acordo" de tréguas.

Abdelatty assinalou que se deve entrar agora com as negociações para a segunda fase do cessar-fogo, "que serão naturalmente difíceis".

Ainda assim, acredita que é possível fazer progressos "se houver boa vontade e vontade política".

Os EUA anunciaram hoje, durante a madrugada, o envio de mais 4.000 milhões de dólares (3,85 mil milhões de euros) em ajuda militar a Israel.

A declaração de emergência por parte do secretário de Estado, Marco Rubio, permite ao Departamento de Estado evitar a necessidade de aprovação da entrega por parte do Congresso, o parlamento norte-americano.

Rubio recordou ainda que o novo Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, levantou um embargo parcial na venda de armas a Israel, imposto pelo antecessor, Joe Biden.