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Regionais 2025 Madeira

Cidadania ativa com EDU-CULT

Luiz Humberto Marcos, professor universitário, fundador do Museu Nacional da Imprensa e autor do projeto museográfico do Museu de Imprensa -Madeira, analisa a campanha de fora

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Os medos que inquinam as democracias em diversos locais do mundo - com corrupção e desfaçatez psicopática - não deixam de inquietar quem, de fora, acompanha o que se passa na sua ilha. A ganância estará na base de muitas distorções a que temos assistido em diferentes latitudes.

As atividades culturais e académicas, todavia, não deixam tempo para a análise das movimentações políticas.

Preocupa-me, claro, que a imagem da Madeira tenha ficado, nos últimos tempos, enevoada com sinais pouco abonatórios de uma cidadania ativa.

Têm sido apresentadas propostas muito semelhantes por algumas forças políticas, mas poucos ou nenhumas indicam apostas seguras de transformação educativa e cultural. Ora, apesar das décadas de estado democrático resultante do 25 de Abril (1974), a relação Educação-Cultura tem sido pouco ou nada trabalhada.

Este poderia ser um eixo de longo curso e com resultados para as gerações vindouras. Contribuindo para a criação de cidadãos mais ativos e mais conscientes. Certamente será isso que interessa a quem faz da política um meio de valorização da sociedade e especificamente dos cidadãos. É para isso que a política serve.

Neste contexto, vale a pena sublinhar que a cidadania ativa e a transformação da sociedade passam sobremaneira por dois eixos articulados: EDUCAÇÃO - CULTURA. Muitas vezes são os parentes pobres das apostas políticas e de governo.

Tal relação poderia permitir o desenvolvimento de uma Rede Educação-Cultura  (EDU-CULT) que, começando pela Madeira, pudesse servir de modelo para outras regiões do país. Para tal é necessário o financiamento adequado, claro que sim. Mas não se exige só dinheiro. Esta rede precisa de  mudanças de atitude: na gestão escolar, nos professores, na participação das associações de pais, na articulação com as instituições culturais locais e regionais, nas formas de comunicação, na democratização da escola e da cultura, etc.

Assim, teremos uma cidadania ativa e pistas para outra imagem da região…