Bancos cortam nos balcões e continuam a gerar forte lucro na Madeira
Dados ainda de 2023, mostram que número de estabelecimentos da banca manteve trajectória descendente, mas os juros e os proveitos equiparados aumentaram de forma significativa
Há cada vez menos balcões dos bancos instalados na Madeira e Porto Santo, mais viradas hoje para o serviço online, enquanto os lucros continuam a crescer. "Segundo a informação apurada pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), em 2023, a outra intermediação monetária (OIM), constituída por estabelecimentos de bancos, caixas económicas e caixa de crédito agrícola, mantinha em actividade 78 estabelecimentos na Região Autónoma da Madeira (RAM), o que representa uma redução de 4 unidades face a 2022".
Ou seja, "após o pico atingido em 2009 (182 estabelecimentos), o número de estabelecimentos bancários tem vindo a diminuir de forma constante, sendo o número de 2023, o mais baixo registado na Região desde o início da série (1997)", realça a DREM, que hoje divulga a informação. Aliás, "mais de metade (53,8%) dos 78 estabelecimentos de bancos, caixas económicas e caixa de crédito agrícola na RAM estavam concentrados no município do Funchal (42 estabelecimentos), surgindo logo a seguir Santa Cruz, com 7 estabelecimentos", refere.
"O número de estabelecimentos de OIM por 10.000 habitantes, na RAM, em 2023, era de 3,1, valor inferior em 0,2 pontos percentuais (p.p.) ao verificado para o país (3,3 estabelecimentos)", sinaliza a DREM, sendo o curioso que "o Porto Moniz e o Porto Santo apresentavam os rácios mais elevados (8,0 e 5,5, pela mesma ordem), surgindo, no polo oposto, Ponta do Sol e Câmara de Lobos, com 1,2 estabelecimentos por 10.000 habitantes cada, respectivamente".
Esclarecendo que "a aplicação do tratamento de segredo estatístico por parte do INE inviabiliza a divulgação do número do pessoal ao serviço e do respectivo custo para três municípios da RAM, no que se refere a 2023", contudo, "a informação disponível para os restantes municípios, mostra que houve redução de pessoal ao serviço no Funchal (-9), Ribeira Brava (-7), Câmara de Lobos e Machico (-2), Calheta e Santa Cruz (-1), enquanto Santana (10) e o Porto Santo (9) mantiveram o valor de 2022. Em termos globais, em 2023, trabalhavam 443 pessoas nos estabelecimentos bancários da Região, menos 21 que em 2022, o que representa uma quebra de 4,5%. Àquele total de pessoal ao serviço, correspondeu um custo de 20,4 milhões de euros", refere.
Olhando mais a fundo ao dinheiro, mas ganho pela banca, "os juros e proveitos equiparados rondaram os 110,9 milhões de euros em 2023, o que representa um aumento significativo de 135,8% em comparação com 2022. Quanto às comissões recebidas pelos estabelecimentos bancários, localizados na Região, estas desceram para os 29,3 milhões de euros, ou seja, -6,9% face ao ano precedente", sendo esta uma tendência generalizada dadas as medidas que têm sido introduzidas legislativamente para reduzir as comissões, muitas vezes consideradas excessivas, cobradas pelos bancos.
Ainda assim, "em 2023, os juros de depósitos de clientes atingiram os 16,2 milhões de euros, sextuplicando em relação a 2022 e contrariando, assim, a tendência de decréscimo que se verificava desde 2012", muito por culpa da queda abrupta das taxas de juro para quem coloca o seu dinheiro em poupanças, apesar da maior tendência dos consumidores em deixarem dinheiro de lado para as ocasiões difíceis.
Seguradoras cortam nos custos com pessoal e disparam nos prémios brutos de seguros
Já na actividade seguradora, "foram identificados 11 estabelecimentos de empresas de seguros na Região, o mesmo valor de 2022" e "o número de pessoas ao serviço foi de 43 (idêntico a 2022)", realça a DREM.
Contudo, "relativamente aos custos com o pessoal, estes registaram uma redução de 0,8%, entre 2022 e 2023", enquanto que "os prémios brutos emitidos pelos estabelecimentos de empresas de seguros na Região subiram para os 72,8 milhões de euros, em 2023, +27,5% que no ano precedente", conclui.