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Madeira

Chega acusa PAN de "calculismo e incoerência" no combate à corrupção

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O deputado do Chega Francisco Gomes questionou o papel e o interesse do PAN no combate à corrupção, afirmando que o partido tem uma postura incoerente. Estes comentários foram feitos na Comissão da Agenda Anticorrupção da Assembleia da República durante o debate de uma proposta apresentada pela líder daquele partido, Inês Sousa Real.

Começando por destacar a importância do combate à corrupção como um dos pilares do Chega, o parlamentar madeirense sublinhou os impactos da gestão danosa da causa pública no país. Citando estudos recentes, lembrou que Portugal perde anualmente valores que considera “inaceitáveis e astronómicos devido a práticas corruptas”.

“Estamos a falar de cerca de 100 mil milhões de euros que perdemos todos os anos para a corrupção, um montante que é seis vezes o orçamento da Saúde, 13 vezes o da Educação e trinta vezes o da Defesa. É isto que a corrupção nos custa, prejudicando o país que somos e o país que sabemos que poderíamos ser", disse Francisco Gomes.

Apesar de reconhecer a importância da proposta do PAN, o deputado contestou a coerência do partido, em especial na Madeira, onde, segundo disse, o PAN age como “bengala protectora do PSD de Miguel Albuquerque”. Francisco Gomes apontou a episódios recentes, como o adiamento da votação da moção de censura apresentada pelo CHEGA, o qual, segundo disse, “recebeu a concordância do PAN, mesmo quando mais de metade do executivo já era arguido em casos de corrupção”.

O deputado também criticou declarações que, segundo disse, foram proferidas pelo PAN na Madeira e que sugeriram que manter Albuquerque no poder seria preferível a convocar eleições de forma a travar o crescimento da “extrema-direita”. Para o deputado do CHEGA, tal discurso mostra que, para o PAN, a luta contra a corrupção não é uma resolução genuína, mas uma estratégia condicionada por interesses meramente partidários.

“Não acredito no interesse do PAN em combater a corrupção e em trabalhar para uma mudança de regime. O que vejo é um partido que, em Lisboa, liga-se à esquerda radical e, na Madeira, é bengala do amiguismo e do compadrio. Não há genuinidade. Há, sim, calculismo, egoísmo e interesse partidário", concluiu o deputado do Chega.