"PAN ataca quem trabalha e esquece a própria incoerência", acusa Governo Regional
O Governo Regional, através da Secretaria Regional de Agricultura, Pescas e Ambiente, vem criticar as recentes declarações do PAN Madeira sobre a gestão florestal da Região, afirmando que as mesmas "não passam de um golpe de oportunismo político, claramente motivado pela proximidade do acto eleitoral".
O partido, que alega estar no terreno a plantar árvores e a fiscalizar o trabalho do Instituto das Florestas e Conservação da Natureza (IFCN), falha redondamente na sua própria missão.Em 2023, prometeram plantar 3.046 árvores na Madeira, um número já de si modesto, mas, passado mais de um ano, ainda não conseguiram concluir a plantação. Pior ainda, o acompanhamento das poucas árvores que conseguiram instalar é praticamente inexistente, demonstrando que a sua ação não passa de um mero artifício mediático sem qualquer compromisso real com a conservação da natureza. Secretaria Regional de Agricultura, Pescas e Ambiente
PAN Madeira denuncia "preocupante desleixo na gestão florestal"
De acordo com o partido, a falta de planeamento florestal compromete a recuperação dos ecossistemas da Madeira
O executivo madeirense afirma que a crítica do PAN ao trabalho realizado sobre os aterros da barragem do Pico da Urze revela um "desconhecimento técnico gritante".
Para começar, esse projecto não é da responsabilidade do IFCN, mas sim da Empresa de Electricidade da Madeira (EEM), com apoio técnico do IFCN. Se realmente tivessem um interesse genuíno na conservação da floresta, teriam procurado esclarecer primeiro estes factos antes de lançar acusações infundadas. Basta percorrer a estrada para perceber a diferença visível na paisagem, fruto de um trabalho planeado e executado com critérios técnicos rigorosos. Secretaria Regional de Agricultura, Pescas e Ambiente
Além disso, o Governo realça que o PAN insiste numa "narrativa alarmista" ao apontar a presença pontual de algumas espécies invasoras no local, ignorando completamente a complexidade da recuperação ecológica de áreas degradadas. "Se realmente estivessem envolvidos na conservação da floresta, saberiam que a regeneração ecológica é um processo dinâmico e que algumas espécies podem surgir espontaneamente ou ser utilizadas temporariamente para estabilizar solos. Da mesma forma, o crescimento da carqueja em áreas reflorestadas não é sinónimo de abandono, mas sim parte do processo natural de sucessão ecológica, com intervenções de manutenção programadas para garantir o melhor desenvolvimento das espécies instaladas", pode ler-se no comunicado.
O que é particularmente irónico é que o PAN Madeira defende a criação de uma "Brigada de Reflorestação das Serras", como se fosse uma ideia inovadora, quando o IFCN já desenvolveu e implementou medidas concretas para o controlo das espécies invasoras e a recuperação ecológica da Madeira há vários anos. A título de exemplo e mais recentemente, em 2022, o IFCN concebeu o projecto 'Detecção Precoce e Eliminação Rápida de Plantas Exóticas Invasoras - Capacitação da Equipa de Intervenção', que, entre outras ações envolveu um esforço na aquisição de materiais e equipamentos essenciais ao controlo das invasoras, a capacitação de uma equipa de intervenção e participação activa da comunidade, bem como campanhas de sensibilização dirigidas à população e às entidades locais. Secretaria Regional de Agricultura, Pescas e Ambiente
A Secretaria Regional recorda que o projecto surgiu no seguimento de outra iniciativa aprovada em 2021, 'Plantas Exóticas Invasoras – Acções de Divulgação e Sensibilização para a Problemática', que visa sensibilizar o público e os agentes económicos para os impactos negativos das plantas exóticas invasoras, educando-os sobre a necessidade do seu controlo. "As actividades incluíram campanhas de sensibilização, criação de materiais educativos e ações directas de controlo de plantas invasoras, promovendo o envolvimento da comunidade na preservação da biodiversidade insular", esclarece.
Mais do que apresentar projectos em papel, o IFCN actua no terreno de forma contínua, com um trabalho estruturado que anualmente intervém em dezenas de hectares, recorrendo quer a meios próprios, quer a prestações de serviços especializados. Ao contrário do que o PAN parece sugerir, a gestão florestal é um processo de médio/longo prazo, cujos resultados não se medem ao ritmo do mediatismo dos ciclos políticos, mas sim pela recuperação efetiva dos ecossistemas. Naturalmente, nenhum trabalho é isento de desafios. Sempre que são detectadas situações que necessitam de correção, estas são avaliadas e a intervenção realizada em tempo oportuno, garantindo que as áreas reflorestadas recebem o acompanhamento necessário. Secretaria Regional de Agricultura, Pescas e Ambiente
O Governo sublinha que "é ainda curioso que o PAN Madeira tenha apontado alegadas falhas no Paul da Serra, mas convenientemente ignorado a intervenção de larga escala de controlo de espécies invasoras que decorre do lado oposto da estrada. Se a intenção fosse verdadeiramente contribuir para a recuperação ecológica da Madeira, esta seria uma acção que mereceria reconhecimento. No entanto, o objectivo do PAN parece ser apenas alimentar uma narrativa sensacionalista, em vez de reconhecer o trabalho sério que está a ser feito".
O que está verdadeiramente em causa aqui é o desespero por atenção mediática. Sem um verdadeiro compromisso com a floresta da Madeira, recorrem a acusações infundadas para tentar descredibilizar o trabalho das entidades responsáveis. Enquanto o IFCN e as equipas no terreno trabalham diariamente para recuperar e proteger os ecossistemas da Região, o PAN Madeira dedica-se a espalhar narrativas enganadoras que servem apenas para iludir os menos informados. A conservação da biodiversidade exige conhecimento, planeamento e trabalho contínuo, não oportunismo político de curto prazo. Secretaria Regional de Agricultura, Pescas e Ambiente