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Deu entrada o requerimento para a assembleia destitutiva

FOTO HÉLDER SANTOS/ASPRESS
FOTO HÉLDER SANTOS/ASPRESS

Acabou de ser entregue, nos serviços administrativos do Marítimo, o requerimento para uma assembleia destitutiva tendo em vista a queda da Direcção do Marítimo presidida por Carlos André Gomes. O requerimento foi entregue pelos sócios José Teixeira e Carlos Gonçalves.

Sendo que nenhum dos sócios que esteve na entrega do requerimento quis prestar declarações, foi, contudo, entregue um comunicado onde são apontadas as razões para o pedido de uma assembleia destitutiva.

“Aos 28 dias do mês de Fevereiro de 2025, um grupo de sócios do Club Sport Marítimo, após largo período de reflexão e assistindo a mais uma época desportiva verdadeiramente longe dos pergaminhos a que a história da coletividade nos habituou, vem notar que na atual direção reina a desorganização, onde ninguém sabe a quem deve reportar e com uma gestão financeira, que ao que se vai sabendo, é completamente desajustada da realidade do Marítimo, o que num curto prazo pode trazer consequências desastrosas.

Uma ameaça real, de queda para a Liga 3 e a consequente penalização financeira, vertida no contrato com os direitos de televisão e com o Governo Regional da Madeira, a juntar o facto de que a saúde financeira já teve melhores dias, bem como a constante apetência para gastar dinheiro em obras cuja necessidade é duvidosa, acarretará na certeza incalculáveis prejuízos financeiros no Universo CSM.

Ao constante procurar de culpados externos para os resultados menos conseguidos em diversos escalões e modalidades, bem como as mudanças “à la carte” de treinadores na principal equipa de futebol, a que se juntam agressões a sócios e demissões no seio dos Órgãos Sociais e Dirigentes (Club e SAD), restam poucas dúvidas de que a incompetência e amadorismo prevalecem na Vossa gestão do maior das ilhas.

Promessas vãs, não tem mais acolhimento junto dos associados, até porque ainda se aguarda o prometido Conselho Consultivo, a Legalização do Estádio, a captação de fontes de receita adicionais (comercialização das lojas do estádio e demais infraestruturas e otimização dos espaços para o sector privado externo) … enfim, é que nem sinais de trabalho efetivo e profícuo se vislumbra. Em suma, estamos perante uma direção que revela muita falta de competência, total ausência de liderança, e déficit de ideias e, pior de tudo, são incapazes de alterar o seu modo de atuar, o que nos deixa, a nós sócios, um forte sentimento de desconfiança, descrédito, e total ausência de competência em Vós, para o encontrar de soluções para os problemas diários, que em uma coletividade com a grandeza da nossa, sempre apresenta.

Nunca como até à Vossa entrada os adeptos apoiaram a equipa, contudo, a “alma” tem sido substituída lentamente por um esconder de lágrimas e a nossa dor de alma por detrás de palmas batidas para ajudara equipa numa energia constante, jogo após jogo, com o objetivo de empurrar a equipa na direção do golo, e sempre, sempre atrás de cada derrota, limpávamos as lágrimas e ajudávamos a equipa para a vitória que aparecia esporadicamente. Não há coração que aguente tanta dor, e quando assim é, algo têm de mudar. O nosso amor, o nosso Marítimo, ninguém abandona, mas é preciso mudar, é preciso ter a coragem de dizer que basta, que com esta direção não há caminho de sucesso.

E perante o cenário a que vamos assistindo, há que atuar, há que ter coragem de mudar e é nesse sentido que surge este requerimento ao Presidente da Assembleia Geral do Club Sport Marítimo, solicitando que o mesmo se digne a convocar uma Assembleia Geral Extraordinária em período pós-laboral (agendamento para as 19H30), nos prazos estatutariamente e legalmente aplicáveis, a contar após a receção do presente requerimento, tendo dois pontos na ordem de trabalhos e que passamos a enumerar:

Ponto 1) Análise da conjuntura do Club Sport Marítimo e sendo este sócio maioritário da SAD, deverá também esta análise ser estendida aos resultados da principal equipa desportiva, com o consequente voto de destituição dos Órgãos Sociais. Este voto deverá ser realizado com recurso a urna secreta, por forma a garantir o anonimato de quem vota. Nada nos estatutos indica que a votação deverá ser feita obrigatoriamente com o levantar do braço, nem tão pouco existe menção à impossibilidade de o voto se fazer em urna, pelo que, por questão de privacidade, de anonimato e de pressão pela exposição pública do voto, a votação em urna é fundamental e necessária.

Ponto 2) Marcação de processo eleitoral por forma a que a transição seja rápida e com a menor perturbação possível para a preparação da nova época desportiva, dando espaço a que a nova direção consiga, dentro das condicionantes, desempenhar o seu trabalho de pré-época.

Tendo presente o artigo 77, que prevê que a Direção administre e dirige o clube com zelo, rigor e responsabilidade, o que não tem acontecido na atuação da atual direção, atendendo ao disposto no artigo 64, alínea c (Competências da Assembleia-geral), e artigo 67, número 1 (Reuniões extraordinárias) dos estatutos do Club Sport Marítimo, os sócios do clube, abaixo identificados, requerem a realização da assembleia-geral com a ordem de trabalhos acima enumerada”, refere o comunicado.

“Se o requerimento entrar não nos resta outra solução que não seja nós pedirmos a demissão”

O presidente do Marítimo, Carlos André Gomes, confirmou que vai apresentar o pedido de demissão caso vá por diante a assembleia destitutiva, tal como avançou o DIÁRIO.