Chega vai expor preocupação com a pesca na Madeira em Bruxelas
O grupo parlamentar do Chega, eleito à Assembleia Legislativa Regional, desloca-se a Bruxelas, hoje, para dois dias de trabalho com o eurodeputado Tânger Corrêa e com deputados da Comissão das Pescas do Parlamento Europeu, no âmbito do grupo Patriots for Europe. Segundo explica o grupo em nota à imprensa, o objectivo passa por expôr "de forma clara e firme, a situação dramática do setor das pescas na Região Autónoma da Madeira".
"Apesar de a Região dispor de uma das maiores zonas marítimas sob jurisdição portuguesa, esta área tem vindo a ser ocupada por atividades ilícitas e por embarcações internacionais que operam sem controlo eficaz, prejudicando gravemente os pescadores madeirenses. Esta situação tem contribuído para o declínio acentuado de uma actividade que é estrutural para muitas famílias e comunidades", indica a mesma nota.
Nesse sentido, Miguel Castro sublinha que “as pescas na Madeira estão a desaparecer, não por falta de capacidade ou tradição, mas por falta de autoridade, visão e coragem política. A Região não pode continuar a assistir, de braços cruzados, ao abandono de um setor que sempre fez parte da nossa identidade”.
Uma das preocupações está relacionada com as quotas de pesca de tunídeos, geridas internacionalmente no âmbito da ICCAT, uma vez que o partido considera que "continuam a ser claramente insuficientes face à capacidade real da frota regional, levando a paragens forçadas durante períodos de grande abundância, enquanto embarcações estrangeiras continuam a operar nas águas adjacentes".
A distribuição das quotas de tunídeos é uma injustiça histórica para a Madeira. Lisboa falhou na defesa da Região e Bruxelas precisa de ouvir aquilo que a República nunca priorizou. A Madeira não pode continuar a ser a última da fila quando se trata de proteger quem vive do mar. Miguel Castro
O Chega aponta que convidou o presidente da COOPESCA e o Secretário Regional de Agricultura e Pescas para participar nestas reuniões, mas que não obter resposta ao convite. “Quando aqueles que deveriam estar na linha da frente da defesa dos pescadores nem sequer se dignam a responder a um convite para uma reunião desta importância, percebemos por que razão o sector chegou ao estado em que está", atira Miguel Castro.
Os objectivos do partido passam por "uma revisão justa e proporcional das quotas de tunídeos atribuídas à Região; a criação de mecanismos europeus que reforcem a sustentabilidade económica da pesca regional; a denúncia da actuação descontrolada de embarcações internacionais nas águas adjacentes à Madeira; e a valorização do sector das pescas enquanto pilar económico e social da Região".
“Nestes dois dias levaremos a Bruxelas a voz daqueles que têm sido ignorados durante anos. O futuro das pescas na Madeira não pode ser sacrificado por incompetência política. O Chega estará onde for preciso para defender o nosso mar e os nossos pescadores”, termina.