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Morreu fotógrafo britânico Martin Parr, aos 73 anos

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Foto AFP

O fotógrafo britânico Martin Parr, famoso pelas fotografias que retratam com humor o quotidiano dos seus compatriotas, morreu no sábado, aos 73 anos, anunciou hoje, em comunicado, a sua fundação.

"É com grande tristeza que anunciamos que Martin Parr (1952-2025) morreu no sábado, na sua casa em Bristol, anunciou a Fundação Martin Parr, juntamente com a agência Magnum Photos, para a qual o fotógrafo trabalhou.

"Ele deixa sua mulher, Susie, sua filha, Ellen, sua irmã, Vivien, e seu neto, George. A família pede privacidade neste momento", lê-se na página da Fundação Martin Parr (martinparr.com).

"A Fundação Martin Parr e a Magnum Photos trabalharão juntas para preservar e compartilhar o legado de Martin", que "fará muita falta", acrescenta a declaração.

Martin Parr alcançou o seu estatuto graças a uma estética própria "reconhecível, com grandes planos e cores saturadas, o seu toque britânico e os seus temas preferidos, como o turismo de massa ou o consumismo", noticia a agência France Presse, dando como exemplo corpos bronzeados pelo sol, festas no jardim, o uso obsessivo de chapéus, num conjunto de situações da vida quotidiana que ganham relevância para lá da banalidade, através da sua perspetiva.

A influência do artista ultrapassa largamente o círculo dos amantes da fotografia, embora o seu trabalho quase documental, por vezes considerado 'kitsch', lhe tenha valido tantos admiradores quanto detratores, acrescenta a agência francesa de notícias.

Nascido em Surrey, em 23 de maio de 1952, Martin Parr foi iniciado na fotografia por um avô apaixonado por essa expressão, e começou por captar imagens a preto e branco, em consonância com o que faziam os grandes mestres da década de 1970.

Na década seguinte viria a destacar-se com "Last Resort", conjunto de fotografias de turistas da classe média, em Brighton, que antecipa o resto da sua obra, marcada em particular pelo uso do 'flash', mesmo em exteriores.

Após uma trajetória cheia de obstáculos, tornou-se membro efetivo da agência Magnum, em 1994, apesar da recusa inicial de Henri Cartier-Bresson, agência que viria a dirigir entre 2013 e 2017.