Taxa Municipal de Protecção Civil de Santa Cruz quase nem cobre o valor de uma ambulância
À margem da cerimónia de admissão de 15 novos recrutas e da entrega de duas novas viaturas à corporação dos Bombeiros Sapadores de Santa Cruz, a presidente da Câmara Municipal, Élia Ascensão, destacou a importância do investimento contínuo na prevenção e socorro e sublinhou que o esforço pedido aos munícipes para financiar parte destes investimentos é "residual", realçando que se trata de um contributo "simbólico" face às necessidades do serviço.
"O valor [da Taxa Municipal de Protecção Civil] é residual, de 82 cêntimos por mês. Não tenho agora o valor global, mas posso dizer que temos uma massa salarial de cerca de três milhões, e eu acho que [a taxa] dá cerca de 15 mil euros por mês. Ou seja, é um valor simbólico para os nossos soldados da paz e quase nem é suficiente para uma ambulância", afirmou.
Para Élia Ascensão, o montante representa "uma gota no oceano comparado com o investimento que os contribuintes santacruzenses dedicam à prevenção e socorro", mas é, ainda assim, uma ajuda importante para um sector que diz ser "essencial na gestão do território".
"Se é elementar disponibilizar água e garantir que chega à casa das pessoas, e se no dia-a-dia garante a higiene urbana , aqui temos realmente a prevenção e socorro, cuja importância ninguém questiona. Antes de olharmos para qualquer outra área, é fundamental garantir que, quando as nossas pessoas precisarem de socorro, nós vamos estar lá", sublinhou.
Sobre a admissão de 15 novos recrutas, a autarca realça que surge num momento em que o município se prepara para enfrentar um ciclo de aposentações previsto para a próxima década. "Dadas as faixas etárias que estamos aqui a trabalhar, sabemos que nos próximos 10 anos vão existir novas aposentações que será importante colmatar. Todo este trabalho exige planeamento. Não se pode ficar 20 anos outra vez sem nada fazer, sem investir, porque depois chegamos ao momento de rotura", referiu, destacando também a novidade da entrada de três operacionais do sexo feminino. "Todo o quartel está a ser adaptado para recebê-las com muita alegria. São elementos com várias provas dadas e que também vão estar à altura dos desafios que esta companhia irá enfrentar", frisou.
Há investimentos de capital, património que estamos a adquirir e que depois exigem uma boa gestão para garantir a sua durabilidade. E há outros investimentos correntes que todos os anos temos de acompanhar para garantir que a nossa Companhia mantém toda a qualidade na prestação deste serviço (...) E uma das nossas lutas também serão as fontes de financiamento para uma corporação profissional, neste caso financiado exclusivamente com fundos municipais e com uma massa salarial que ascende aos 3 milhões de euros Élia Ascensão, presidente da Câmara Municipal de Santa Cruz
Por sua vez, Leonardo Pereira, comandante da corporação, que passa a contar com um total de 85 operacionais, adiantou que para o futuro estão previstos novos investimentos no capital humano. "Existe uma intenção política de passar a companhia a Batalhão, e isso significa um aumento de efectivos. Por isso, prevemos para os próximos 2/3 anos, a entrada de mais de 20 a 40 bombeiros", disse.
A aquisição de novos veículos, uma mota e um viatura clássica, com 75 anos, representam a história e o futuro da corporação. "Um é de uma vertente mais histórica e cultural, e que acaba por ser uma tradição nos corpos de bombeiros a nível nacional, ter sempre um veículo que representa a história da corporação", afirmou, explicando também a utilidade do motociclo.
"Vem trazer uma capacidade na vertente de reconhecimento e avaliação de ocorrências, muito vocacionado para os incêndios rurais, mas também para outras situações onde os acessos. Além disso, também tem a valência de ser capacitada com equipamento pré-hospitalar e, atendendo ao problema de mobilidade que vamos sentindo na Região, permite fazer chegar um meio diferenciado. Por exemplo, num acidente rodoviário, onde é preciso emergência médica atempada e a mota tem essa vantagem", esclareceu.