Pacto de Competências Digitais visa aumentar literacia digital
O ministro do Estado e da Reforma do Estado anunciou ontem o Pacto de Competências Digitais, que visa aumentar a literacia digital, o qual tem três eixos estratégicos e 17 iniciativas com metas até 2030.
"A literacia digital da nossa população é baixa quando comparada com os países líderes", afirmou Gonçalo Matias na conferência de imprensa depois da reunião do Conselho de Ministros.
"Temos que nos aproximar dessas metas de literacia digital com este pacto", prosseguiu, salientando a importância de formar a Administração Pública.
Um dos eixos visa dar competências básicas a 1,9 milhões de pessoas, outro é competências médias e avançadas a mais de 800 mil e competências tecnológicas emergentes a mais de 100 mil pessoas, dos quais 30% mulheres, até 2030, de acordo com o documento do Pacto.
Até àquela data, é esperado uma cobertura total de 5G.
Gonçalo Matias agradeceu o "trabalho extraordinário" do secretário de Estado para a Digitalização em todas as agendas hoje aprovadas, em particular no Pacto para as Competências Digitais.
Com três eixos estratégicos, "vamos dar prioridade" às competências básicas porque "são aquelas em que temos mais rapidamente que avançar".
Nas autarquias e escolas, "naturalmente vamos avançar em ambos, mas eu gostava de sublinhar a referência às escolas, até porque também estamos aí a trabalhar articuladamente com o Ministério da Educação, Ciência e Inovação e há uma aposta muito grande nos vários níveis de ensino e nas competências digitais nos vários níveis de ensino, incluindo inteligência artificial [IA]", acrescentou o ministro.
Porque "nos parece, sinceramente - e houve até alguma polémica sobre isso - sinceramente inadmissível que crianças se formem em Portugal no futuro sem ter qualquer contacto com a inteligência artificial, até porque isso seria colocá-las numa situação de desvantagem em relação aos seus concorrentes de outros países", considerou.
"É evidente que não se trata de substituir professores, nunca nada disso esteve em causa, mas trata-se de garantir que a educação em Portugal integra uma componente tecnológica, incluindo em inteligência artificial", concluiu Gonçalo Matias.
Na sua intervenção, o ministro deu o exemplo de 10 medidas com impacto direto nos cidadãos decorrentes da Estratégia Digital Nacional, Agenda Nacional de IA e Pacto das Competências Digitais, os quais foram aprovados hoje.
Entre os exemplos constam a Carteira Digital da Empresa, em que "Portugal será o primeiro país da União Europeia a adotar a carteira", a qual será interoperável com o resto da região assim que os Estados-membros a adotem, disse.
O LicencIA - Plataforma de Simplificação dos Licenciamentos, com a IA como única porta de entrada, a Carteira Digital do Edifício (que incluirá todos os documentos do edifício), as unidades móveis para formação e atendimento público, a formação em competências digitais para as PME, o suplemento para bolsas de doutoramentos em IA, a formação acelerada em IA na Administração Pública e os Centros de IA setoriais e Centro de Excelência em IA na AP são alguns dos exemplos.
Incluem-se ainda o programa de aceleração de startups em IA responsável e os cursos de especialização de curta duração para áreas tecnológicas emergentes.