Trump insatisfeito com alegado ataque a residência de Putin
O Presidente norte-americano, Donald Trump, declarou-se hoje insatisfeito com um alegado ataque ucraniano a uma residência do Presidente russo, Vladimir Putin, que Kiev diz ser uma montagem.
Rússia denuncia ataque contra residência de Putin desmentido por Kiev
A Rússia acusou hoje a Ucrânia de ter lançado, durante a noite, um ataque com 91 drones contra a residência do Presidente russo, Vladimir Putin, em Novgorod, já desmentido pelo líder ucraniano, Volodymyr Zelensky.
"Este é um momento delicado. Não é o momento certo. Uma coisa é atacar porque estão a atacar. Outra coisa é atacar a própria casa", afirmou Trump na Florida, relatando que Putin lhe transmitiu estar "muito irritado".
Trump recebeu Zelensky no domingo, durante as férias de Natal na Florida, para discutir a nova versão do plano norte-americano para pôr fim ao conflito, agora reformulado em 20 pontos após conversações com Kiev.
Após mais de três horas de reuniões, ambos afirmaram terem resolvido "mais de 95%" do documento, embora persistam divergências sobre o futuro do Donbass (leste da Ucrânia) e um eventual cessar-fogo.
A evolução das conversações ficou, contudo, condicionada por um ataque com 'drones' que, segundo Moscovo, teve como alvo uma das residências de Putin na noite anterior.
O ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Serguei Lavrov, afirmou que o incidente levará a Rússia a "reconsiderar" posições negociais já alcançadas.
A Rússia acusou a Ucrânia de lançar 91 drones durante a noite contra a residência de Vladimir Putin na região de Novgorod, uma alegação que Kiev denunciou como uma "mentira" de Moscovo.
"O presidente Putin disse-me hoje mais cedo (...) que a residência foi atacada. Isso não é nada bom", disse Trump, em declarações à imprensa ao lado do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, rejeitou as acusações de Moscovo, afirmando que a Rússia estava a tentar "minar todas as conquistas" alcançadas no âmbito diplomático.
"Mentiras típicas da Rússia", declarou Zelensky.
O Kremlin (presidência russa) informou que, durante a chamada telefónica de hoje, Putin avisou Trump da intenção de rever alguns entendimentos prévios, enquanto o líder norte-americano se mostrou "indignado" com o ataque, que qualificou como uma ação "imprudente" de Kiev.
Segundo a porta-voz da Casa Branca (presidência norte-americana), Karoline Leavitt, tratou-se da segunda chamada telefónica entre os dois líderes em 24 horas, depois de uma primeira conversa considerada "boa e muito produtiva" e realizada antes do encontro entre Trump e Zelensky no domingo na Florida.
A Rússia invadiu a Ucrânia a 24 de fevereiro de 2022, com o argumento de proteger as minorias separatistas pró-russas no leste e "desnazificar" o país vizinho, independente desde 1991 - após a desagregação da antiga União Soviética - e que tem vindo a afastar-se do espaço de influência de Moscovo e a aproximar-se da Europa e do Ocidente.