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Montenegro defende que país tem de trocar "mentalidade do deixar andar" pela da superação

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Foto LUSA

O primeiro-ministro defendeu que Portugal vive um momento de viragem em que tem de trocar a "mentalidade do deixar andar" pela da superação, apontando o futebolista Cristiano Ronaldo como exemplo do espírito de afirmação pela excelência.

Na sua segunda mensagem de Natal enquanto chefe do executivo PSD/CDS-PP, Luís Montenegro manifestou a convicção de que não haverá legislativas antecipadas até 2029 e apelou a que, até ao final da legislatura, todos se concentrem no interesse do país.

"Não temos de estar todos de acordo, mas temos de compreender que não é a nossa posição individual o mais importante (...) Agora que vamos ter cerca de 3,5 anos sem eleições nacionais, é a altura de todos nos focarmos em cumprir a nossa responsabilidade e fazer tudo para garantir a Portugal e a cada português um futuro mais próspero", avisou.

O primeiro-ministro realçou os resultados económicos dos últimos anos, considerando que dão mais razões para acreditar que o país está "no caminho certo".

"Portugal é hoje uma referência a nível europeu e mundial. Os rendimentos dos portugueses estão a subir e a nossa economia a crescer consistentemente acima da média europeia", destacou, voltando a realçar a recente distinção de Portugal pela revista "The Economist".

O primeiro-ministro considerou que, perante a atual situação de crescimento económico e estabilidade financeira, existem duas opções de caminho.

"Ou nos contentamos com esta circunstância em que estamos bem, mas sabemos que se nos mantivermos assim a médio prazo, vamos perder face à evolução dos outros", apontou.

A alternativa, considerou, é o país aproveitar a atual situação económico-financeira e "tratar já de garantir" que continuará "a crescer mais do que os outros no futuro".

"É a diferença entre jogar para empatar ou ter a mentalidade vencedora de jogar sempre para ganhar. E quero dizer-vos que a minha opção e a do Governo é claramente a segunda", afirmou.

O chefe do Governo alertou que "este caminho carece de coragem política e capacidade reformista", dizendo que só esta via permitirá maior eficiência e produtividade e alcançar "novos patamares de rendimento" e "novas ambições salariais".

"Estamos num momento histórico em que temos de nos desprender da mentalidade do deixar andar e temos de adquirir e trabalhar a mentalidade da superação. A mentalidade de irmos mais longe e nos afirmarmos pela excelência", afirmou.

"A mentalidade de Cristiano Ronaldo", resumiu, avisando que "as coisas não caem do céu" e este caminho "implica coragem, resistência, capacidade de diálogo e sentido de unidade nacional".

O primeiro-ministro considerou que, neste Natal, "a melhor prenda (...) é acreditar mais em Portugal", desejando a todos "um santo Natal, estejam onde estiver"

"Um Natal com o orgulho de sermos portugueses e esperança em Portugal", pediu.

Na mensagem hoje transmitida, Luís Montenegro deixou ainda uma palavra especial "aos que se encontram sozinhos ou que vivem momentos de maior fragilidade".

"Não nos esquecemos dos mais idosos que vivem em solidão, dos que são vítimas de violência muitas vezes dentro das suas próprias casas, dos que sofrem problemas de saúde, dos que vivem em situações de pobreza. A todos, quero assegurar que não estão esquecidos e que trabalhamos todos os dias para vos abrir uma oportunidade de saírem dessa situação", afirmou.

O primeiro-ministro saudou também, de forma particular, os que têm de trabalhar durante a quadra festiva, como "os profissionais de saúde, dos transportes, bombeiros, forças de segurança, militares, jornalistas e todos que contribuem com o seu trabalho nestes dias".

"Quero ainda lembrar as famílias dos que vivem tantas guerras, como em África, no Médio Oriente ou na Ucrânia, e todos os ataques aos direitos humanos que sentimos como ataques a todos nós", acrescentou.

Segundo o chefe do Governo, "a família portuguesa, enquanto país e nação, tem motivos para se reunir e olhar com esperança para o futuro".