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Descoberta sugere que humanos faziam fogo 350 mil anos antes do que se pensava

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Os humanos dominaram a arte de fazer fogo há 400 mil anos, quase 350 mil anos antes do que se acreditava, segundo uma descoberta perto da vila de Barnham, em Suffolk (nordeste de Londres), no Reino Unido.

"Esta é a descoberta mais extraordinária dos meus 40 anos de carreira", afirmou o curador do Museu Britânico e principal autor do estudo, Nick Ashton, em conferência de imprensa.

Até agora, o mais antigo exemplo de fogueiras acesas pelo Homem vinha de um local arqueológico no norte da França datado de há 50 mil anos.

A investigação da equipa do Museu Britânico, publicada hoje na revista Nature, encontrou novas evidências de que os humanos faziam fogo antes do que se pensava, que incluem uma área de terra queimada e machados de mão rachados pelo fogo, datados de há 400.000 anos, perto da vila de Barnham, em Suffolk.

A capacidade de fazer fogo traduz um momento crucial na história da humanidade, ao permitir aos ancestrais não só aquecerem-se, mas também socializarem e cozinharem alimentos, contribuindo esta última atividade para a evolução do cérebro.

Em África existem evidências do uso do fogo por humanos que remontam a um milhão de anos, mas tem-se considerado que esse fogo ocorria naturalmente, nomeadamente por ação dos raios.

Embora a identidade exata dos utilizadores da fogueira de Barnham não esteja definida, os investigadores acreditam que eram neandertais, já que foram descobertos em sítios arqueológicos próximos em Inglaterra, em Swanscombe e Kent, e Atapuerca, em Espanha, fósseis que preservam DNA de neandertais primitivos.

A investigação britânica concentrou-se numa pedreira de argila desativada, onde ferramentas de pedra foram descobertas pela primeira vez no início do século XX e à qual os cientistas regressaram em 2013 no âmbito de um projeto sobre a Grã-Bretanha antiga.