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Madeira

Combate à exclusão social exige "colocar a dignidade humana acima de tudo"

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A Secretária Regional de Inclusão, Trabalho e Juventude, Paula Margarido, marcou presença na sessão de abertura do I Encontro Técnico-Científico da CIMA. 

A iniciativa decorre ao longo desta sexta-feira no Centro Cultural e de Investigação do Funchal (CCIF) e constitui-se como uma oportunidade para reforçar a articulação entre as entidades parceiras que intervêm no combate à exclusão social.

Na sua intervenção, Paula Margarido começou por sublinhar que "este encontro é mais do que uma iniciativa académica. É o compromisso de colocar a dignidade humana acima de tudo", assegurando a total disponibilidade do Governo Regional para cooperar e reforçar capacidades junto de todos os que trabalham diariamente no terreno.

"Estamos a falar de vidas interrompidas, de pessoas que, muitas vezes, deixaram de ser vistas. E é precisamente por isso que encontros como este são vitais: recolocam o olhar onde ele deve estar, na pessoa", afirmou, destacando o papel crucial da CIMA Funchal enquanto parceiro do Governo Regional no combate à exclusão social.

"A resposta exige articulação, persistência e uma profunda convicção ética de que ninguém pode ser descartado", reforçou.

Nesse sentido, recordou a recente apresentação do III Plano Regional para a Integração de Pessoas em Situação de Sem-Abrigo 2025–2030, estruturado em quatro pilares essenciais: integração personalizada, acesso a habitação digna, acompanhamento multidisciplinar contínuo e estratégias de prevenção e sensibilização que combatam o estigma. Pilares que, segundo a governante, só são possíveis com o trabalho fundamental das equipas multidisciplinares no terreno, as quais considera "verdadeiros alicerces destes quatro pilares".

"A todos os que integram as equipas de intervenção de rua, que diariamente não baixam os braços no acompanhamento e cuidado das pessoas em situação de vulnerabilidade, um agradecimento especial. O vosso contributo será sempre motivo da nossa maior admiração e consideração. É através do vosso trabalho de sinalização e identificação que conseguimos intervir de forma muito mais rigorosa na definição de políticas públicas de inclusão", destacou, referindo, a título de exemplo, as equipas multidisciplinares do Instituto de Segurança Social da Madeira, lideradas por Nivalda Gonçalves, que também marcou presença na sessão de abertura.

Para Paula Margarido, o fenómeno da exclusão social, pela sua essência multidimensional, exige igualmente aprofundamento científico e investigação rigorosa para uma atuação mais eficaz. A este propósito, recordou a criação da Comissão Científica de Acompanhamento, estrutura integrada na Estratégia Regional de Inclusão Social e Combate à Pobreza (ERISCP), composta por representantes de entidades com intervenção social relevante e por quatro personalidades de reconhecido mérito em áreas-chave para o combate à pobreza e exclusão social.

"Cada pessoa em situação de sem-abrigo é uma vida que importa, que pode recomeçar e que merece ser acompanhada com respeito, rigor e humanidade", concluiu Paula Margarido, reiterando o compromisso e disponibilidade totais para que "a construção de uma sociedade verdadeiramente inclusiva dependa sempre da união e responsabilidade de todos os parceiros".

A sessão de abertura contou ainda com a intervenção do presidente da Câmara Municipal do Funchal e anfitrião do evento, Jorge Carvalho.

Seguiu-se a apresentação do balanço do Plano Municipal para a Pessoa em Situação de Sem-Abrigo 2025-2029, realizada pela vereadora com o pelouro social da autarquia, Helena Leal.

Ao longo do dia, o CCIF acolhe vários painéis com o contributo de especialistas de instituições como o Instituto de Segurança Social da Madeira, a Rede Europeia Anti Pobreza (EAPN) e a Associação Integrar, entre outras entidades.