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Madeira

Mulheres Socialistas alertam que "é preciso colocar a tónica da violência nos agressores"

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Foi na rua que as Mulheres Socialistas da Madeira (MSM) assinalaram o dia para a eliminação da violência contra as mulheres e meninas ouvindo histórias na primeira pessoa e alertando para as diversas formas de violência a que as mulheres estão sujeitas.

De acordo com a presidente das MSM, Cátia Vieira Pestana, as formas de violência a que as mulheres estão sujeitas são múltiplas. "São violência física e sexual, psicológica, económica, controlo coercivo, violência obstétrica, assédio laboral, violência online e formas sistémicas de discriminação que dificultam o acesso à justiça e à protecção e que tendem a ser minimizados ou invisibilizados quando não provocam sequelas físicas imediatas, pelo que apelamos a que se recusem narrativas simplistas que culpabilizam as vítimas. A tónica deve ser posta nos agressores, nas suas práticas, nas estruturas que os protegem e na cultura que tolera a sua impunidade", afirmou.

Este ano, até ao momento, já foram contabilizadas pelo menos 24 mulheres assassinadas em Portugal, das quais a maioria correspondente a femicídios.

De acordo com dados da PSP, na Madeira, foram registadas, até Outubro, 635 ocorrências de violência doméstica, 15% no seio familiar, a maioria de filhos sobre pais, com principal incidência sobre as mulheres.

Nesse sentido, a dirigente socialista alerta que a violência está muitas vezes num lugar que devia ser o nosso refúgio, às mãos daqueles que dizem amar. "A nossa acção política e social deve centrar-se na responsabilização dos agressores e na protecção das vítimas. A luta contra a violência de género exige coragem política, investimento e mudança cultural sustentada", frisou, reforçando que ainda há um longo caminho a percorrer. "Continuamos a necessitar de um reforço dos recursos de acolhimento e apoio especializado, políticas de prevenção nas escolas e campanhas públicas contínuas que abordem masculinidades, consentimento e relações não violentas. A erradicação da violência contra as mulheres é uma responsabilidade coletiva e um imperativo democrático", concluiu.