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Madeira

24 mulheres assassinadas até 15 de Novembro em Portugal

Observatório de Mulheres Assassinadas da UMAR revela que a maioria foi vítima de feminicídio

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24 mulheres foram assassinadas em Portugal entre 1 de Janeiro e 15 de Novembro, revelou esta terça-feira, 25 de Novembro, a UMAR - União de Mulheres Alternativa e Resposta da Madeira. 

Durante uma concentração pública realizada esta manhã no Largo do Chafariz, na cidade do Funchal, para assinalar o Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra as Mulheres, Joana Martins apontou que a maioria das mortes (21) ocorreu num "contexto de femicídio, ou seja, em violência doméstica, familiar e também violência de género".

A porta-voz da associação demonstrou preocupação com os casos: "Enquanto houver pelo menos uma mulher assassinada significa que estamos a falhar."

Para a UMAR é necessário "trabalhar um conjunto de factores" para diminuir a violência contra as mulheres, nomeadamente a prevenção, a protecção às vítimas, a melhoria do sistema judicial e a penalização dos agressores. "É preciso mudar o sistema", disse, defendendo que a prisão preventiva e o afastamento dos agressores seja "posta em prática".

"Uma das coisas que nós achamos que é uma entrave à denúncia é mesmo este medo das mulheres, que sabem que ao denunciarem ou pedirem ajuda, provavelmente vão ter que sair de casa, vão ter que levar as crianças atrás, vão ter que ir para casa a brigo e isso é um bloqueio, porque as mulheres acabam sendo duplamente vítimas, vítimas da violência doméstica e vítimas da violência de ter de deixar tudo para trás e mudar de vida, porque estão a fugir do agressor", explicou.

Tivemos 24 mulheres assassinadas este ano, no ano passado tivemos 25, entre as quais uma na Madeira, pode ser menos uma mulher, mas continuam a ser muitas mulheres assassinadas e isto não pode continuar assim. Joana Martins, UMAR

A UMAR acredita que é "preciso fazer mais" para travar a violência, passando por um aumento da formação "sobre o que é efectivamente violência e como devemos agir nessas situações", lembrando que existem vários tipos de violência. 

Durante a iniciativa, a UMAR acabou por ser identificada pela PSP por desobediência à não comunicação à Câmara Municipal do Funchal da acção.  

UMAR identificada por desobediência

Em causa está a não comunicação à CMF de uma concentração pública