Secretaria da Saúde reconhece mérito aos projectos REM-RAM e CAD
Iniciativa juntou na sala de conferências do hospital os profissionais ligados ao CAD - Projecto Cuidadores de Apoio ao Domicílio e REM-RAM – Registo de Emergência Médica da Região Autónoma da Madeira, assinalando as distinções alcançadas a nível nacional
A Secretaria Regional de Saúde e Protecção Civil promoveu, esta segunda-feira, uma cerimónia de reconhecimento a todos os profissionais envolvidos em dois projectos do Serviço Regional de Saúde (SESARAM) que alcançaram distinções nacionais: o CAD - Projecto Cuidadores de Apoio ao Domicílio, que alcançou prémio de 'Melhor Poster' na 18.ª edição do Prémio de Boas Práticas em Saúde (PBPS), e o REM-RAM – Registo de Emergência Médica da Região Autónoma da Madeira, que recebeu uma menção honrosa na categoria de Transformação Digital no ICA – Integrated Care Award 2025.
O primeiro, já no terreno como projecto piloto, junto das corporações de bombeiros que operam no concelho do Funchal, incluindo a Cruz Vermelha Portuguesa, visa potencializar a integração dos cuidados, nomeadamente entre os serviços de emergência, através do Serviço Regional de Protecção Civil, e o serviço de urgência do Hospital Dr. Nélio Mendonça. A plataforma e a aplicação móvel que sustentam este projecto foi desenvolvida pelo Núcleo de Informática do SESARAM.
Conforme nota Leonardo Jardim, esta “plataforma regista no processo clínico informatizado tudo aquilo que é necessário registar com o rigor que se deseja os utentes são atendidos no exterior do hospital e, desde o primeiro momento, alguém já começa a elaborar o registo clínico do utente e que tem o potencial de estar em tempo real integrado com a unidade hospitalar, com as mais valias que isso representa para o nosso doente, uma vez que vai permitir agilizar o acesso do doente dentro do hospital, nomeadamente nas vias verdes”.
O adjunto do coordenador do Serviço de Emergência Médica Regional (SEMER) salienta que esta integração informática do registo de emergência, que antes era feito em papel, “vai permitir ter um sistema de inteligência artificial que detecta alguns alertas clínicos que podem antever alguma perigosidade clínica para os nossos utentes”.
Estas ferramentas digitais “vêm ao encontro das reais necessidades do registo dos operacionais, da transferência desses dados para o hospital e da transição de cuidados que se quer que seja segura entre o ambiente pré-hospitalar e o ambiente intra-hospitalar”, enfatiza aquele que teve, também, um papel importante na definição deste projecto.
Sobre a área de cobertura do REM-RAM, Leonardo Jardim nota que, neste momento, o projecto está a ser implementado de “uma forma massiva” no Funchal, concelho onde acontecem cerca de 50% das ocorrências de emergência pré-hospitalar da toda a Região. E desde o início deste ano, esta iniciativa já chega, também, ao Porto Santo. “Vamos aperfeiçoar esta técnica, que também foi desenvolvida para uma APP, que pode ser trabalhada através de tablets, terminais que a emergência pré-hospitalar está a utilizar, e depois de nós termos esta ferramenta consolidada em termos daquilo que ela pode ainda receber do ponto de vista evolutivo, nós vamos expandir a todos os corpos de bombeiros da Região, o que se espera que seja o mais rápido possível”, sustenta aquele responsável.
Quanto ao projecto CAD - Cuidadores de Apoio ao Domicílio, promovido pelo Serviço Social do SESARAM, Márcia Assunção realça o facto de o mesmo estar agora em fase de implementação, depois do sucesso alcançado com o projecto piloto que foi posto no terreno em 2022. Decorre, neste momento, a contratação de recursos humanos que permitirão uma resposta mais consistente no âmbito do acompanhamento dos doentes e das suas famílias na transição da alta clínica a o regresso ao domicílio.
A directora do Serviço Social realça que, na fase do projecto piloto, chegaram a pouco mais de 40 pessoas, que estavam em situação de alta clínica, mantendo-se no hospital, com resultados bastante animadores.
"Os resultados não se basearam apenas no número de camas que libertámos. Nós acompanhámos e fizemos, inclusive, inquéritos de satisfação para saber se, de facto, correspondiam às nossas expectativas. No levantamento feito após um ano, constatámos que essas pessoas não voltaram a estar no hospital em situação de protelamento de alta-hospitalar, o que significa que o trabalho que realizámos durante o período em que a cuidadora teve no domicílio e em que o serviço social continuou a acompanhar e a tentar encontrar respostas teve efeitos de forma duradoura e, na sua maioria, não voltaram à mesma condição", sustenta aquela responsável.
Márcia Assunção nota que nem todos os doentes são elegíveis para este apoio temporário, durante cerca de um mês.
"O objetivo é que o doente que apresente dificuldades na hora da alta possa regressar ao seu domicílio e durante um período de até 30 dias nós consigamos autonomizar a família com este apoio, activando os apoios da comunidade e ajudando na reorganização familiar que é necessária após, muitas vezes, o aumento do grau de dependência do utente", salienta.
Embora, numa primeira fase, o âmbito de acção deste projecto de centre no Funchal e nos concelhos limístrofes, a directora do Serviço Social do SESARAM diz que o obejctivo passa por chegar a toda a Região. "O projecto vai devagarinho, vai crescendo", aponta.