É numa área com cerca de 20 mil metros, em São Martinho, que o sonho de ter um exploração de café do Grupo Sá ganha forma. Em metade da Fazenda Sá os cafeeiros já produzem, ainda que sejam plantas jovens.

"Esta ideia surgiu do entusiasmo que foi acontecendo e que se foi fazendo com o meu pai e comigo. Este era um terreno baldio, que já tinha algumas árvores de fruto e, entretanto, fomos qualificando e arranjando, dando melhores condições de trabalho", diz o empresário, destacando as "condições diferenciadoras do mercado", tanto pelo produto disponibilizado, mas também pela localização da fazenda.

Neste momento, a produção é toda escoada no mercado regional, nomeadamente das lojas do grupo, mas também no restaurante Il Gallo d'Oro, com o exclusivo do 'Café Madeira'.

"Nós temos todo o processo [de produção], o que nos faltava era a plantação", reforça Jorge Cipriano Sá, lembrando as origens do negócio da família, na Rua Dr. Fernão de Ornelas, com a Pérola dos Cafés, em Março de 1956. "O café era uma paixão do meu pai", reforça.

O empresário salienta que a Madeira tem "condições excelentes para produzir café", mas lamenta não haver mais produtores, notando que já se depara com dificuldades em satisfazer a procura do mercado. Deixa, por isso, o desafio na aposta nesta cultura alternativa, disponibilizando-se para escoar o produto.

Em breve, a Fazenda Sá estará aberta para visitas "muito restritas e muito controladas" para fugir à massificação. Existirão horários definidos e os grupos terão de ser acompanhados por guias, promovendo "aquilo que sai memórias e tradições dos pais". Neste momento já acontecem visitas com alguns operadores turísticos.

Miguel Albuquerque, que visitou esta manhã a Fazenda Sá, enalteceu a aposta do Grupo nesta cultura alternativa.

Notando a subida do preço do café, o presidente do Governo Regional enfatizou a oportunidade que existe no cultivo do café como opção rentável.

"À semelhança de outros produtos, nos podemos produzir, não em escala, mas sim um café da Madeira, que é uma marca de diferenciação. E essa marca de diferenciação as pessoas quereis experimentar", disse, colocando o café ao lado do rum na capacidade de se tornar numa alternativa para se desenvolver segmentos da agricultura "que não são para se vender em escala, são para vender em qualidade".