Dia Mundial da Diabetes apela à inclusão
A campanha do Dia Mundial da Diabetes 2025 quer consciencializar para os desafios que as pessoas com diabetes encontram em contexto de trabalho
‘Diabetes e o bem-estar’ é o tema do Dia Mundial da Diabetes 2025, que hoje se assinala, com foco na campanha ‘Diabetes no local de trabalho’. O objectivo é partilhar conhecimento, porque “com cuidados adequados e apoio para o seu bem-estar, qualquer pessoa com diabetes tem a oportunidade de viver bem”.
Agência Lusa , 12 Novembro 2025 - 07:46
Assinala-se, anualmente, a 14 de Novembro o Dia Mundial da Diabetes. Uma comemoração instituída pela Federação Internacional da Diabetes e pela Organização Mundial de Saúde, em memória do dia de aniversário de Frederick Banting, que, juntamente com Charles Best, foi o responsável pela descoberta da insulina em 1922.
Este dia visa consciencializar sobre a doença e divulgar as ferramentas para a prevenção da diabetes, que tem tido um aumento expressivo de casos no mundo. A diabetes mellitus, também conhecida por diabetes, é uma doença caracterizada pelo excesso de açúcar no sangue (hiperglicemia). Isso acontece quando o corpo não consegue utilizar a insulina de forma eficaz e/ou não produz insulina suficiente.
Para perceber o grau de risco de desenvolver diabetes tipo 2 nos próximos 10 anos, consulte o vídeo abaixo:
Existem vários tipos de diabetes, sendo os três principais a diabetes tipo 1, a diabetes tipo 2 e a diabetes gestacional [ver ‘Explicador’ de 13 de Novembro, abaixo]. A diabetes tipo 1 é uma doença autoimune, caracterizada pela destruição das células produtoras de insulina no pâncreas, pelo sistema imunitário. Já a diabetes tipo 2 é a forma mais comum, caracterizada pela resistência do organismo à acção da insulina. Está frequentemente associada a um estilo de vida não saudável.
Sofia Carraca Teixeira , 13 Novembro 2025 - 22:00
Os sintomas mais comuns da diabetes são o aumento da fome e da sede, urinar frequentemente e em grande quantidade, a boca seca, cansaço extremo e visão turva. Na diabetes tipo 1 destaca-se a perda de peso repentina. O diagnóstico é feito através de análises laboratoriais ao sangue, onde são analisados os valores da glicose no sangue. São feitas análises à glicemia em jejum, à tolerância à glicose oral e hemoglobina glicada, que avalia a média da glicemia nos três meses anteriores.
Dentro do grupo de risco da diabetes tipo 2 ou da pré-diabetes estão as pessoas com mais de 45 anos, com obesidade ou excesso de peso, com hipertensão arterial, pré-existência de outra doença cardiovascular, história de diabetes na família, e pessoas com história de diabetes gestacional ou parto com bebé com mais de 4kg.
Existem, contudo, medidas preventivas que se prendem, sobretudo, com um estilo de vida saudável. Para prevenir a diabetes tipo 2 e a pré-diabetes deve reduzir-se a quantidade de açúcar e gorduras saturadas na alimentação, manter uma alimentação equilibrada, praticar exercício físico regular, evitar bebidas alcoólicas, não fumar e manter um peso normal.
Agência Lusa , 13 Novembro 2025 - 18:35
Complicações e tratamento
A diabetes é uma doença crónica. Ou seja, não tem cura. No entanto, existem formas de tratamento, que controlam o excesso de açúcar no sangue e que, quando combinadas com uma melhoria dos hábitos alimentares e estilo de vida, tornam a doença controlada e reduzem as complicações que lhe estão associadas. Com a correcção de factores de risco, poderá, mesmo, haver remissão da diabetes tipo 2.
Quando se fala em complicações, referimo-nos ao aumento de desenvolvimento ou surgimento de problemas de saúde como doença ocular e cegueira, doença renal crónica, AVC, enfarte do miocárdio, disfunção sexual, infecção na pele, inflamação das gengivas, complicações na gravidez, e depressão.
Habitualmente, o tratamento desta doença envolve medidas comportamentais e medidas farmacológicas. Tratamentos que devem ser acompanhados por uma equipa multidisciplinar e adequada a cada caso. Para a diabetes tipo 2, para além da adopção de um estilo de vida mais saudável, existe a toma de medicamentos antidiabéticos não insulínicos, e/ou insulina. Já no caso da diabetes tipo 1 o tratamento passa, mesmo, pela insulina.
A insulina é uma hormona produzida no pâncreas, necessária para a passagem da glicose (açúcar) do sangue para as células do corpo, e a sua utilização para produzir energia. Quando a insulina está em falta ou não actua adequadamente, os níveis de glicose no sangue sobem.
Diabetes no trabalho
Como referido anteriormente, neste Dia Mundial da Diabetes foi lançada a campanha ‘Diabetes no local de trabalho’, que quer consciencializar para a diabetes e bem-estar no ambiente laboral. Em cada 10 pessoas no mercado de trabalho, 7 (412 milhões de pessoas) vivem com diabetes, sendo que 3 em cada 4 sofre de ansiedade, depressão ou outra condição mental devido à diabetes. A Federação Internacional da Diabetes dá conta, ainda, de que 4 em cada 5 pessoas com diabetes já lidou com ‘burnout’ relacionado com a doença.
Milhões de pessoas com diabetes enfrentam desafios diários para gerir a doença no ambiente de trabalho, incluindo estigma, discriminação e exclusão. Isto tem um impacto negativo no seu bem-estar, enquanto limita a progressão na carreira. Federação Internacional da Diabetes
O objectivo deste Dia Mundial da Diabetes passa, então, por partilhar conhecimentos sobre esta doença, normalizar e consciencializar da forma que for possível, através de conversas, participação em actividades online e partilhar nas redes sociais.