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Madeira

Dinarte Fernandes critica “turismo de pé rapado” e rejeita expropriações no Faial

Presidente da Câmara de Santana pede mais apoio do Governo Regional e defende desenvolvimento com equilíbrio

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Foto Rui Silva / ASPRESS

O presidente reeleito da Câmara Municipal de Santana, Dinarte Fernandes, usou o discurso de tomada de posse para lançar duras críticas ao modelo turístico vigente e para reafirmar a oposição a eventuais expropriações no âmbito do projecto do campo de golfe do Faial.

Perante o secretário regional da Economia, José Manuel Rodrigues, presente em representação do presidente do Governo Regional, Dinarte Fernandes pediu “sensibilidade e influência junto do Dr. Miguel Albuquerque” para que o Executivo apoie o concelho em várias frentes.

O autarca enumerou um conjunto de obras urgentes — entre as quais estacionamentos no Ribeiro Frio, Achada do Teixeira e Queimadas, a reabertura da vereda entre o Pico do Areeiro e o Pico Ruivo, e a conclusão da Via Expresso entre Santana e São Vicente — mas guardou as palavras mais contundentes para o final.

“Não podemos continuar a ostentar galardões e títulos e estarmos desatentos à preservação e conservação do nosso meio ambiente em favor de uma ganância desmedida pelo turismo — um turismo que cada vez menos apetece ver, um turismo de pé rapado, como temos visto muitas vezes aqui à volta dos nossos espaços do concelho”, afirmou.

Quanto ao campo de golfe do Faial, Dinarte Fernandes deixou claro que “não é contra a ideia”, mas sim contra a forma como tem sido conduzida:

“Tenho tudo contra uma ideia de expropriação violenta, que pode afectar pessoas desprotegidas, os mais fracos, pequenos proprietários com terrenos ou casas antigas naquele local. Se é para construir algo que vai gerar especulação e riqueza, que essa riqueza comece já a ser derramada nesses mesmos proprietários”, defendeu.

O autarca apelou ainda à canalização das ribeiras do Faial, à construção do Nó do Cortado, de um miradouro no Pico da Boneca e de uma ETAR a montante do Calhau de São Jorge, sublinhando que o desenvolvimento “não pode pôr em causa o património natural e humano de Santana”.