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Madeira

Residentes a aumentar, apesar do saldo natural negativo

Em 2024, a Madeira tinha cerca de 259,4 mil pessoas a viver em permanência

Foto Arquivo/Rui Silva/Aspress
Foto Arquivo/Rui Silva/Aspress

Os dados demográficos da região Autónoma da Madeira, que incluem os nascimentos, óbitos, casamentos, divórcios, entre outros indicadores, como é o caso da população residente a determinada altura, no caso até final de 2024, foram divulgados hoje pela Direção Regional de Estatística da Madeira (DREM). Conforme explica, a publicação do 'Em Foco' "dedicado às Estatísticas Demográficas da Região Autónoma da Madeira, que apresenta uma análise da situação demográfica na Região em 2024 e da sua evolução desde 2014" é uma publicação que "sintetiza os principais resultados divulgados ao longo do ano nas diferentes dimensões da Demografia – população residente, natalidade e fecundidade, mortalidade e esperança de vida, bem como casamentos e divórcios".

Diz a DREM que "inclui-se ainda, nesta edição do 'Em Foco' da Demografia, uma síntese dos resultados mais relevantes do exercício de Projeções da População Residente 2025-2100", divulgada ainda esta semana. "Complementarmente, o 'dashboard' da Demografia foi ampliado para integrar estas projeções, permitindo a consulta interativa dos diversos indicadores, não apenas para anos já observados, mas também para anos futuros, decorrentes do exercício de projeções demográficas", informa.

Assim, destacam-se os principais resultados: 

"População Residente – População aumentou em 2024

  • Em 2024, a população residente na Região Autónoma da Madeira (RAM) foi estimada em 259 440 pessoas (123 222 homens e 136 218 mulheres), representando um acréscimo da população residente de 2 818 pessoas face a 2023. 
  • A taxa de crescimento efetivo foi positiva, 10,9‰ (10,0‰ em 2023), resultado de uma taxa de crescimento migratório positiva (13,9‰) que se sobrepôs à taxa de crescimento natural negativa (-3,0‰). 
  • A proporção de jovens (menos de 15 anos) voltou a diminuir, representando 11,9% da população total (12,2% em 2023). 
  • A proporção de idosos (65 ou mais anos) manteve a tendência crescente dos últimos anos, atingindo 21,3% da população residente (20,9% em 2023). 
  • Em consequência, o índice de envelhecimento continua a aumentar e sem sinais de abrandamento, fixando-se num máximo de 179 pessoas idosas por cada 100 jovens (172 em 2023). 

Natalidade e Fecundidade – Mais nados-vivos em 2024

  • Em 2024, registaram-se 1 793 nados-vivos, filhos de mães residentes na RAM, mais 46 crianças do que em 2023, o que corresponde a uma taxa bruta de natalidade de 6,9 nados-vivos por mil habitantes (6,8 em 2023).
  • O índice sintético de fecundidade aumentou de 1,22 filhos por mulher em idade fértil (15-49 anos) em 2023 para 1,25 em 2024, continuando abaixo do valor necessário para assegurar a substituição das gerações (2,1 filhos por mulher). 
  • A idade média da mãe ao nascimento de um filho, independentemente da ordem de nascimento, diminuiu de 32,3 anos em 2023 para 31,8 anos em 2024. A idade média ao nascimento do primeiro filho registou uma ligeira descida, passando de 30,5 anos em 2023 para 30,0 anos em 2024.

Mortalidade e Esperança de vida – Número de óbitos diminuiu face a 2023 

  • Em 2024, registaram-se 2 574 óbitos de residentes na RAM, menos 217 óbitos (-7,8%) do que em 2023. A taxa bruta de mortalidade atingiu 10,0‰, valor ligeiramente inferior ao observado em 2023 (10,9‰).
  • Ocorreram 6 óbitos com menos de 1 ano, mais 5 óbitos que no ano anterior. A taxa de mortalidade infantil foi de 3,3 óbitos por mil nados-vivos, aumentando face ao valor registado em 2023 (0,6‰). 
  • No triénio 2022-2024, a esperança de vida à nascença para a população residente na Região foi estimada em 79,26 anos: 75,87 anos para os homens e 82,08 anos para as mulheres.  
  • Os homens com 65 anos poderão esperar viver em média mais 16,19 anos e as mulheres mais 20,14 anos.  

Nupcialidade – Número de casamentos realizados em 2024 aumentou face ao ano anterior

  • Em 2024, realizaram-se 1 225 casamentos, mais 88 casamentos face ao ano transato (+7,7%). 
  • A taxa bruta de nupcialidade situou-se em 4,7 casamentos por mil habitantes (4,5‰ em 2023).
  • Foram celebrados 53 casamentos entre pessoas do mesmo sexo (61 em 2023), 34 entre pessoas do sexo masculino e 19 entre pessoas do sexo feminino. 
  • A idade média ao primeiro casamento aumentou relativamente a 2023, situando-se em 35,9 anos para os homens e 33,7 para as mulheres (35,4 e 33,5 anos, respetivamente, em 2023). 
  • Em 72,4% dos casamentos realizados em 2024 os nubentes já possuíam residência anterior comum. 
  • A proporção de casamentos em que a residência futura dos cônjuges era no estrangeiro baixou para 22,1% (25,0% em 2023).

Divorcialidade – Número de divórcios diminuiu relativamente a 2023

  • Em 2024, foram decretados 454 divórcios, menos 66 do que em 2023 (-12,7%), o que corresponde a uma taxa bruta de divorcialidade de 1,8‰ (2,0‰ em 2023). 
  • Dos divórcios decretados, a grande maioria dizia respeito a divórcios entre pessoas de sexo oposto; apenas se registaram 8 divórcios entre pessoas do mesmo sexo (4 do sexo masculino e 4 do sexo feminino).
  • A idade média ao divórcio era de 48,9 anos para os homens e de 46,2 anos para as mulheres (49,0 anos e 46,6 anos em 2023, respetivamente).
  • Dos divórcios decretados em 2024, 67,8% resultaram de casamentos com duração superior ou igual a 10 anos, enquanto 32,2% decorreram de uniões com menos de 10 anos.

Projeções de população residente, 2025-2100 – De acordo com o cenário central de projeção, em 2100, a população deverá ser reduzida em 52,5%

  • No cenário central de projeção, prevê-se que em 75 anos, a população residente na Região seja reduzida em 52,5%, significando uma perda de cerca de 136,2 mil pessoas (259,4 mil pessoas, em 2024, para 123,3 mil pessoas em 2100).
  • Se houver uma redução dos níveis de fecundidade e uma manutenção de saldos migratórios muito baixos (cenário baixo), a população residente na Região poderá descer para 91,3 mil pessoas em 2100.
  • Num cenário mais otimista, em que considera a hipótese de aumento dos níveis de fecundidade e de saldos migratórios (cenário alto), ainda assim projeta-se um decréscimo da população residente para 158 mil pessoas em 2100.
  • No cenário sem migrações, onde se admite a possibilidade, pouco provável, de inexistência de fluxos migratórios e em que as hipóteses de evolução da fecundidade e da mortalidade são as adotadas no cenário central, seria de esperar, em 2100, uma população residente de cerca de 121,7 mil de pessoas.
  • No cenário central, destaca-se de forma positiva a previsão de aumento do índice sintético de fecundidade de 1,25 em 2024 para 1,36 em 2100.
  • Com efeitos negativos na estrutura populacional da Região, e assumindo que se mantém um decréscimo mais acentuado da população jovem do que da população idosa, projeta-se um agravamento do índice de envelhecimento, que, no cenário central, passará de 179 idosos por cada 100 jovens em 2024 para 442 em 2100, mais que duplicando."