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Brilhante Dias diz que não será o PS a dar desculpas ao Governo para o seu "falhanço"

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O PS considerou hoje que o Orçamento do Estado para 2026 mostra que se esgotou um caminho errado e insustentável e justificou a abstenção socialista para não dar ao Governo "uma desculpa para o seu falhanço".

No encerramento do debate na generalidade do Orçamento do Estado para 2026 (OE2026), o líder parlamentar do PS, Eurico Brilhante Dias, defendeu que do Governo liderado por Luís Montenegro "não se esperam mudanças", seja "pelo seu viés ideológico e pelo apoio dado pelo nacional corporativismo" do Chega.

"Contudo não terá alibis ou desculpas. O caminho que escolheu é errado, insustentável, e este orçamento já mostra bem como se esgotou, mas não será o PS que dará neste orçamento a este Governo uma desculpa para o seu falhanço", disse, justificando assim a abstenção do partido que permitirá a viabilização do documento.

Segundo Brilhante Dias, este orçamento "traduz o desequilíbrio, ainda que democrático, que resultou das eleições de maio de 2025".

"Precisa de uma oposição firme, moderada e responsável que só o PS, como ficou bem expresso nas últimas eleições autárquicas, pode corporizar", enfatizou.

Para o líder parlamentar do PS, este é o "fim de festa eleitoralista" que acusa Luís Montenegro de ter feito nas últimas duas eleiçoes legislativas.

Eurico Brilhante Dias apontou um "processo orçamental no limbo, pouco rigoroso e transparente" e citou os pareceres da UTAO e do Conselho de Finanças Públicas que considerou que "não deixam margem para interpretações diversas".

"Suborçamentação de despesa e receitas extraordinárias de difícil concretização, um quadro que nos expõe ao primeiro solavanco externo, num orçamento que promove a deterioração do saldo das administrações públicas e vive de um mercado de emprego dinâmico, que funciona no quadro de uma legislação laboral equilibrada e moderada aprovada durante o último Governo do PS, a conhecida 'Agenda para o Trabalho Digno', que, aliás, o Governo se prepara para destruir", criticou.

O líder do PS considerou ainda que a diminuição do IRS é paga pelos mais jovens "numa confluência entre AD e Chega".

"É caso para dizer: mais dinheiro para o deputado André Ventura, em conluio com seu ex-partido, via IRS, menos para um jovem licenciado que começa a sua vida profissional. É caso para dizer, numa linguagem que o Chega conhece bem: é uma vergonha, é mesmo imoral", condenou.