“Não podemos repetir os erros do passado”, diz o PS de Santa Cruz
A Concelhia do Partido Socialista de Santa Cruz, reunida após as eleições autárquicas de 2025, defende uma reflexão séria e alargada sobre o momento atual do PS Madeira e sobre os desafios que se colocam à sua reorganização. Na voz do seu presidente, José António Nunes, conforme nota à imprensa, a concelhia afirma que “não podemos continuar a ignorar os sinais claros que o eleitorado nos deu” e que “é urgente corrigir o rumo político e estratégico do partido na Região”.
Apesar de o Partido Socialista não ter conquistado a Câmara Municipal de Santa Cruz, a estrutura local destaca o trabalho desenvolvido, a campanha propositiva, a equipa competente e as soluções apresentadas ao longo dos últimos meses. “Apresentámos uma candidatura com rosto, com ideias e com propostas exequíveis. Agora, é tempo de refletir com coragem sobre o futuro do PS Madeira”, afirma José António Nunes.
“O que está em causa não são pessoas, mas sim visões para o partido. Nenhuma das candidaturas que até agora se perfilam para a liderança regional nos entusiasma verdadeiramente. Não vemos nelas a vontade de refundar o PS, de dialogar com todas as sensibilidades e de criar uma estratégia coerente e consistente para recuperar a confiança do povo madeirense.” PS Santa Cruz
Na mesma nota deixa crítica ao calendário interno: “Qual é a pressa?”, questiona. Afirmam que seria desejável uma liderança interina assegurada pelo presidente da Comissão Regional, como já aconteceu no passado, permitindo uma reorganização tranquila e participada.
“Só teremos eleições regionais e autárquicas em 2029. Por isso, qual é a pressa? Precisamos de tempo para ouvir as bases, para fazer um verdadeiro balanço do que falhou e para construir, com todos, um caminho sólido. Esta pressa só servirá os que querem resolver rapidamente os seus interesses e voltar a fechar o partido sobre si próprio.” PS
Para José António Nunes, o PS Madeira precisa de uma liderança que una, escute e represente todos, e que tenha coragem para romper com os vícios de sempre: “O partido afastou, nos últimos anos, muitos militantes válidos por pensarem de forma autónoma. Preferiu premiar a obediência em vez da competência. E agora, quer fazer tudo depressa e sem reflexão. Isso não é refundar o partido — é repetir o erro.”
Apesar da crítica, o presidente da Concelhia termina com um apelo à responsabilidade e à esperança: “Santa Cruz está aqui. Com trabalho feito, com ideias novas, com uma militância viva. Mas não estaremos disponíveis para validar soluções de fachada. Queremos um PS com futuro — aberto, plural, democrático e com capacidade de voltar a ser uma referência na Região Autónoma da Madeira.”