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Paralisia orçamental entra na quarta semana e setor aéreo pressiona Congresso

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O bloqueio orçamental nos Estados Unidos tornou-se o segundo mais longo da história do país, ao entrar na quarta semana, e o Congresso enfrenta uma pressão crescente, nomeadamente do setor da aviação, para pôr fim ao "shutdown".

Alcançar esta marca de 22 dias, "é simplesmente vergonhoso", declarou Mike Johnson, líder republicano da Câmara dos Representantes, durante uma conferência de imprensa.

Os republicanos e a oposição democrata estão num impasse no Congresso, incapazes de chegar a acordo sobre um novo orçamento, após mais de três semanas de bloqueio.

No cerne do debate está um desacordo entre, de um lado, o partido de Donald Trump que deseja prolongar o orçamento atual e, do outro, os democratas que exigem a extensão de subsídios para programas de seguros de saúde destinados a famílias de baixos rendimentos.

"Os democratas continuam a marcar a História, mas fazem-no por todas as razões erradas", acrescentou Mike Johnson.

Nos aeroportos, a preocupação cresce entre os cerca de 63.000 controladores de tráfego aéreo e agentes de segurança dos transportes, que não recebem o seu salário enquanto a paralisação durar. Considerados essenciais, são obrigados a trabalhar enquanto esperam.

Durante a anterior "shutdown", em 2019, vários deles recorreram a baixa médica em vez de trabalhar sem receber, o que provocou atrasos significativos nos aeroportos.

Esta decisão pôs fim à mais longa paralisação orçamental da história americana, com 35 dias, já sob o governo de Donald Trump.

Na terça-feira, o regulador americano da aviação civil (FAA) colocou os aviões no solo em dois aeroportos de Houston, no sul do país, devido a problemas de pessoal, segundo o seu site na internet.

"A cada dia de paralisação do governo (...), um nível adicional de segurança corre o risco de desaparecer", preocupa-se Dave Spero, presidente do sindicato dos especialistas em segurança aérea (PASS).

"Os trabalhadores em lay-off querem voltar a trabalhar, todos os funcionários devem ser pagos (...) Pedimos ao Congresso que reabra o governo o mais rápido possível", afirma.

 De acordo com estimativas do 'think tank' Bipartisan Policy Center, mais de 700.000 funcionários federais estão sem remuneração e quase 700.000 outros são forçados a continuar a trabalhar, mas sem serem pagos, até o fim